Estudantes da UnB criam aplicativos que ajudam na medicação de crianças
Disponíveis na PlayStore e AppleStore, os apps gratuitos PedCardio e PedPneumo já estão em uso em unidades da rede pública de saúde do DF
Estudantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) da Universidade de Brasília, desenvolveram aplicativos para dispositivos móveis que auxiliam no tratamento de doenças cardíacas e respiratórias em crianças, o PedCardio e PedPneumo.
Os apps, que já estão em uso em postos da rede pública e no pronto-socorro do Hospital das Forças Armadas (HFA), buscam auxiliar profissionais de saúde e os responsáveis pelas crianças a administrarem corretamente a medicação. Nos postos, os pacientes recebem orientação sobre como baixar no celular os aplicativos que também contam com acesso via QRCode.
O projeto foi confeccionado sob supervisão da professora do Departamento de Farmácia (FAR/FS/UnB) Patrícia Medeiros.
“A mãe passa a participar do tratamento e a ajudar a equipe médica, principalmente se houver diversos medicamentos sendo administrados ao mesmo tempo, ou, mais sério ainda, quando a criança é acompanhada por diversas especialidades, o que pode causar algum dano porque um médico não sabe o que o outro prescreveu”, detalha a professora Patrícia Medeiros.
Ela menciona que o recurso chama atenção para os problemas da automedicação e do consumo de plantas medicinais que podem causar toxicidade ou até diminuir o efeito dos outros medicamentos. A tecnologia foi desenvolvida pelos estudantes de Engenharia de Software (FGA/UnB) Abner Filipe Cunha e Vítor Lamego.
Ilustrados, coloridos, com linguagem simples e fáceis de usar, os apps também ajudam na adesão do paciente ao tratamento, pois facilitam o entendimento do que é a doença e de como os remédios devem ser tomados. A ideia é evitar decisões erradas, reduzindo inclusive custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Nos apps, pode ser feito o registro dos remédios em uso pelo paciente e consultada informação sobre interações medicamentosas e efeitos mais comuns e sérios que podem ocorrer.
Patrícia observa que, apesar de a linguagem ser direcionada a quem cuida da criança, as informações podem ser úteis na geriatria, pois os remédios para tratar determinadas doenças são os mesmos.
“O PedPneumo também traz orientação sobre a forma correta de utilização das bombinhas no tratamento de asma”, acrescenta.
Desenvolvidos em 12 meses, os apps foram testados e validados em unidades de pediatria e geriatria, bem como na Casa de Saúde de São Pio – projeto social de atendimento médico em Brasília. A última etapa foi o cadastro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com o apoio do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT/UnB).
Alunos da especialização em Farmacologia Clínica elaboraram as informações técnicas, revistas por estudantes de Medicina e Farmácia. E estudantes de Engenharia de Software foram os responsáveis por compilar os dados no aplicativo e colocá-los no ar.
“Foi muito interessante essa integração entre essas diferentes áreas, no caso Saúde e Engenharia de Software, que acredito ter gerado pontos positivos para os profissionais de ambas as partes”, afirma o estudante de Engenharia de Software da Faculdade UnB Gama Vítor Lamego.
“O Pibic teve uma importância para mim no que se refere a essa aplicação de conceitos e práticas vistas em sala de aula para um problema e ocasião do mercado real”, completa o discente.
Os apps PedCardio e PedPneumo estão disponíveis para download gratuito na PlayStore e AppleStore.
*Com informações da Secom da UnB