Enfermeiros do HRT denunciam vazamento no quarto de descanso. Veja vídeo
Vídeo obtido pela reportagem mostra "gambiarra" feita pelos profissionais de saúde para conter vazamento no local
Enfermeiros do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) denunciam que um vazamento na sala de repouso dos profissionais tem tirado o sossego de quem trabalha na unidade. De acordo com a equipe de saúde, o problema existe há cerca de dois meses e além dele, uma infiltração no quadro de energia coloca a saúde dos profissionais em risco.
Um vídeo encaminhado ao Mais Brasília mostra o tamanho da cratera que se formou no teto do local. Nas imagens é possível observar os profissionais comentando sobre o problema.
“Deve ter tanto bicho aí…” diz uma profissional. Outra responde: “todos os bichos do HRT, desde a inauguração estão aí…”, diz.
Devido ao vazamento, os enfermeiros criaram uma “gambiarra” com o equipo de soro fisiológico para eliminar a água que escorre pelo buraco. O equipamento, utilizado em pacientes, agora serve como canalizador da água suja que escorre pelo teto. Essa água é eliminada pela janela e cai no mesmo lugar de dispensa da água do ar condicionado, do lado de fora do hospital.
“Fizemos esse procedimento porque toda hora precisávamos tirar a água acumulada. Além de ser bastante suja, tem um odor horrível e poderia causar algum tipo de contaminação”, explicou uma profissional que não quis ser identificada.
Ainda de acordo com o relato da profissional, a direção do hospital informou que o vazamento tinha origem na canalização da água quente da unidade.
Ponto de repouso
O quarto de descanso atende aos profissionais das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto e pediátrica. Segundo a enfermeira que atua na unidade há mais de 15 anos cerca de 16 pessoas utilizam a sala de repouso, sendo duas por turno. À equipe de reportagem, a mulher afirmou que os profissionais precisam dormir de máscara por conta do desconforto.
“Além de um armário que a gente usa para guardar algumas coisas, o local tem duas camas para o descanso dos plantonistas. Mas esse vazamento tem deixado o ambiente cheio de mofo e com o cheiro bem forte. Tenho colegas que não tiram a máscara de proteção nem para dormir porque além do risco de se contaminarem, pode atacar uma rinite ou alergia. E se não for nessa sala, não temos outro ponto de repouso”, detalha a mulher.
O que diz o hospital e a SES/DF
De acordo com os profissionais de saúde, no dia 26 de maio foi encaminhado um pedido de reparo para a diretoria da unidade, porém, até o momento, o caso segue sem solução. No documento encaminhado é solicitado “a necessidade urgente de manutenção”. Segundo o texto, as infiltrações seguem progredindoa uma velocidade alarmante e colocando em risco os profissionais da UTI”. Veja documento:
Em resposta ao memorando em que foi solicitado providências para os dois vazamentos, na sala de repouso e na caixa de energia, o HRT informou que no dia 31 de maio realizaria uma inspeção no local para verificar a situação. De acordo com uma profissional do setor ouvida pela reportagem a visita foi realizada, mas nenhum reparo foi feito no local.
Posteriormente, uma nova resposta ao memorando foi encaminhada. Dessa vez assinada pelo Gerente de Apoio Operacional das Unidade de Atendimento Especializada de Taguatinga. No retorno ele informou que “foi assinado contrato emergencial de manutenção predial e a necessidade foi planilhada e estamos aguardando a apresentação, para iniciarmos os trabalhos de manutenção”.
A Secretaria de Saúde que respondeu por meio de nota que “a Superintendência da Região de Saúde Sudoeste esclarece que estão sendo mapeados todos os problemas estruturais das unidades que compõem aquela localidade, para que sejam sanados o quanto antes, mediante assinatura do novo contrato de manutenção”.
De acordo com o comunicado da pasta, o “HRT, por se tratar de um prédio antigo, apresenta alguns problemas em sua estrutura que não foram solucionados por gestões anteriores”.
Ainda segundo a secretaria a atual gestão “está comprometida a entregar um local mais seguro e adequado aos serviços de saúde”, mas não deu uma previsão de data para que os reparos fossem realizados.al.