Em Brasília, projeto ensina empreendedorismo para pessoas com deficiência
Aulas serão gratuitas e contam com conteúdos em Libras para alunos surdos. Ao todo, serão 250 vagas
Pessoas com deficiência poderão participar, a partir desta sexta-feira (24/6), de um curso de qualificação profissional e empreendedorismo.
A iniciativa é fruto de parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Econômico (SDE) e da Pessoa com Deficiência (SEPD) e a empresa Brasil Startups.
Serão oferecidas 250 vagas e as matrículas poderão ser feitas online e gratuitamente – o link será divulgado após o lançamento oficial do projeto, nesta sexta (24).
O foco do curso é qualificar, principalmente, pessoas com deficiência auditiva. Por causa disso, todo o conteúdo terá tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O objetivo do projeto é proporcionar condições para o ingresso desse público no mercado de trabalho e fomentar a abertura de novos empreendimentos, dando aos alunos mais autonomia financeira e dignidade, além de contribuir com a redução do desemprego no DF.
Entre os temas e conteúdos abordados estão: empreendedorismo, desenvolvimento de empreendedores, conhecimento prévio para abrir um negócio, cenários e tendências, modelos de negócios, plano de negócio, ponto de venda, startup, publicidade e propaganda, marketing, imagem da empresa, registro de marca, inovação, registro da empresa, gerenciamento do negócio, tributação, planejamento estratégico, compras, gestão comercial e de vendas, financeiro, recursos humanos, atendimento, processos, legislação trabalhista, internet, liderança, tecnologia, sócios, empresa familiar, marketing digital do zero, planejamento de entregas delivery e empresas no segmento de alimentos.
As aulas são direcionadas a futuros empreendedores, microempreendedores individuais, pequenos produtores rurais, nano, micro e pequenas empresas, empresas de pequeno porte e pessoas em situação de vulnerabilidade.
Acessibilidade
Para o secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Santos, a iniciativa traz acessibilidade dentro do processo de qualificação profissional.
“Isso é fundamental para que as pessoas com deficiência possam se desenvolver no mercado de trabalho, ter igualdade de condições, acesso à informação e estabelecer parâmetros de qualidade”, destaca.
“O curso de empreendedorismo com tradução em Libras traz uma visão muito mais ampla e uma mentalidade de desenvolvimento pessoal de relevância para os deficientes auditivos”, complementa Flávio.
Danillo Ferreira dos Santos, subsecretário de Fomento ao Empreendedorismo da SDE, informa que esse é o primeiro curso com apoio da pasta que conta com acessibilidade, “onde todos os públicos, incluindo as pessoas com deficiência, podem ter acesso a conteúdos de grande valor”.
“Este é o grande grande diferencial desta parceria entre a SEPD, SDE e a Brasil Startups. Nosso objetivo é apoiar e incentivar ações como essa para que possamos aumentar o número de empreendedores”, explica Danillo. Ele afirma que o DF “já chegou a um nível de saturação do serviço público”. “Para que a gente consiga ter uma economia saudável, precisamos de mais empresas, empregos e renda dentro do setor produtivo”, assegura o subsecretário.
Hugo Giallanza, presidente da Brasil Startups, acredita que a maior ação social que pode impactar a sociedade é promover o conhecimento do empreendedorismo.
“Através dessa ação, podemos ofertar a possibilidade dessas pessoas terem uma vara, uma linha e um anzol para pescar, dando esse poder para o cidadão obter os recursos com a sua própria energia”, diz o empresário.
Ele explica que boa parte do material existente sobre empreendedorismo não conta com tradução para Libras, o que impossibilita o acesso do público surdo a esse tipo de conteúdo.
“Foi pensando nisso que a Brasil Startups e o GDF resolveram apoiar esse público, oferecendo conteúdos de empreendedorismo muito atraentes e com riqueza de detalhes, para que eles possam se capacitar e ter opções de escolha em suas vidas”, reforça Hugo.
Dados
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui pelo menos 45 milhões de pessoas com algum tipo de impedimento de longo prazo, ou seja, em torno de 24% da população.
Desses, 10,7 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência auditiva. Porém, segundo o SAS – Portal da Educação, apenas 37% delas estão inseridas no mercado de trabalho.
Sendo assim, mais de 6 milhões de pessoas com deficiência auditiva estão desempregadas ou em situação de subemprego.
Outro dado importante a ser analisado é a estimativa de que 900 milhões de pessoas podem desenvolver surdez até o ano de 2050, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e é de extrema importância que já existam políticas de capacitação para essas pessoas.
Plataforma EAD
A CapacitaMPE, empresa responsável pela tecnologia dos cursos, é hoje uma das plataformas 100% online mais completas do Brasil, com três metodologias exclusivas, desenvolvidas por consultores e instrutores especializados em gestão de pequenos negócios e empreendedorismo, e conta com mais de 200 videoaulas e 30 temas sobre gestão.
Através do modelo de capacitação em EaD, atende a pessoas com outros tipos de impedimento, como pessoas com dificuldade de deslocamento, grupo de deficientes TEA (Transtorno Espectro Autista), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), entre outros que já se utilizam do uso de tecnologia e internet.
A plataforma oferece:
· Mais de 200 vídeo aulas, desenvolvidas por especialistas em atendimento a Micro e Pequenas Empresas, sendo que vários destes especialistas são consultores e instrutores do Sebrae;
· Mais de 80 horas/aula;
· 30 temas sobre empreendedorismo e gestão empresarial;
· Mais de 30 perguntas e 30 videoaulas para cada questionário de avaliação do perfil do aluno sobre temas de gestão empresarial (Pessoa Física e Jurídica);
· Todas as aulas possuem guia de referência para auxiliar os estudos dos alunos no aprendizado e poderão ser baixados e ou enviados direto para seu e-mail.