“Ele disse que iriam passar Páscoa, sequestrou minhas filhas e as levou pro Líbano”, diz mãe
Segundo Bianca, quando ela entregou as meninas ao pai, não havia nenhum acordo com as meninas viajarem, ou viagem marcada
Bianca Moreira Carneiro, de 43 anos, professora da rede privada do Distrito Federal, mãe de duas meninas gêmeas, não vê as filhas desde abril de 2022, época em que o pai das crianças, que é libanês, disse a Bianca que as filhas iriam somente passar a Páscoa com ele e levou as meninas para o Líbano.
“No dia 16 de abril de 2022, entreguei minhas duas filhas gêmeas, com 4 anos de idade, para passarem a Páscoa com o pai. No dia seguinte, ele ligou do Líbano dizendo que as duas estavam com ele e que eu só voltaria a vê-las se desistisse do divórcio.”, conta Bianca.
Segundo Bianca, quando ela entregou as meninas ao pai, não havia nenhum acordo com as meninas viajarem, ou viagem marcada.
De lá pra cá, Bianca trava uma luta na Justiça para resgatar as filhas. Ela entrou com uma ação na Justiça e fez contato com a Embaixada do Brasil no Líbano. Em agosto de 2022, uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) aceitou uma concessão de tutela de urgência e indicou que a mulher tivesse a guarda unilateral das meninas.
Também foi expedido um mandado de busca e apreensão pelas gêmeas e o aviso foi encaminhado à Polícia Federal (PF) e à Interpol. As sentenças foram favoráveis, mas pelo fato de o Líbano não ser signatário de Haia, a execução foi inviabilizada.
“A Justiça me deu a guarda total das meninas. Emitiu um pedido de busca e apreensão delas, mas como o Líbano não é signatário de Haia, não existe acordo entre o Brasil e o Líbano. Elas são brasileiras, nascidas, registradas aqui, mas elas também foram registradas no Líbano por meio da embaixada. E a dificuldade da Justiça daqui entrar em ação, é o fato de, lá dentro [no Líbano], ele estar blindado”.