DF tem cerca de 950 mil árvores frutíferas

De acordo com a Novacap, a arborização da cidade segue o relatório de Lucio Costa

Um pomar a céu aberto. Assim a capital federal pode ser definida. São 950 mil árvores frutíferas de 35 espécies plantadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) por todo o Distrito Federal. A plantação segue o plano de arborização originalmente previsto no relatório do urbanista Lucio Costa.

As árvores frutíferas vêm sendo plantadas desde a construção de Brasília. Devido à grande quantidade, atualmente a Novacap implanta apenas 10% de frutíferas das 100 mil espécies de árvores e arbustos estabelecidos no programa de arborização que ocorre de outubro a março, quando as chuvas estão mais intensas e contínuas.

“Temos uma equipe responsável pela coleta das sementes para fazer a semeadura no nosso viveiro durante o período de seca”, explica o chefe da Divisão de Projetos de Paisagismo da Novacap, José Humberto Vieira da Silva. “No período da chuva, fazemos o plantio. O próximo será de outubro de 2022 a março de 2023.”

Das 35 espécies, dez são nativas do cerrado: araçá, baru, cagaiteira, cajazeira, ingá-colar, ingá-mirim, jatobá-da-mata, jatobá-do-cerrado e pequizeiro. Entre as mais comuns estão a mangueira e a jaqueira, que compõem áreas verdes em locais residenciais, avenidas e parques públicos.

“Um dos [principais] pontos é a Praça do Buriti até o Memorial dos Povos Indígenas, que tem 100 mangueiras”, sinaliza José Humberto. “Temos ruas identificadas como frutíferas, como a Avenida das Jaqueiras, entre o Cruzeiro e o Sudoeste, e a Avenida das Mangueiras, entre o Cruzeiro Velho e Novo.”

Importância das frutas

O hábito do brasiliense de consumir as frutas disponíveis no pomar a céu aberto do Distrito Federal se mostra importante também para a saúde. “O primeiro ponto é por se tratar de uma produção natural”, avalia a nutricionista Carolina Gama, da Secretaria de Saúde (SES). “É uma fruta sem agrotóxicos, sem defensivos químicos. São frutas que respeitam a sazonalidade. Outro ponto é a questão do regionalismo. Muitas das árvores fazem parte do ecossistema do cerrado. Isso valoriza a cultura alimentar regional”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de 400g de frutas e hortaliças por dia, o que representa cerca de cinco porções. O baixo consumo de frutas aumenta o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, pressão alta, câncer e diabetes. “A nossa alimentação deve ser baseada em alimentos in natura e minimamente processados, e as frutas entram nessa categoria”, ressalta a nutricionista. “São ricas em fibras, vitaminas, minerais e compostos bioativos que favorecem o funcionamento do nosso corpo”.

 

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