Deputados defendem compra direta de vacina, melhorias na Saúde e CPI do Iges

Atendimento de Saúde no Distrito Federal segue sendo tema dos pronunciamentos em plenário

O deputado Fábio Félix (Psol), na sessão ordinária da Câmara Legislativa desta terça-feira (17/8), defendeu a negociação direta do Governo do Distrito Federal (GDF) com o Butantan para a aquisição de novas doses da Coronavac. Ele ressaltou que o Instituto pretende vender o imunizante para estados e outros países a partir de setembro. “Chegou a hora do GDF começar a fazer a negociação direta das vacinas, mesmo porque é notório no país a lentidão do Governo Federal em abastecer o Plano Nacional de Imunização”, afirmou.

Fábio Félix lembrou que a Comissão Especial da Vacina, da qual é presidente, têm chamado a atenção do GDF desde janeiro para “a importância de se ter autonomia na compra das vacinas”. Ele argumentou que há possibilidade de aplicação da dose de reforço, além do início de imunização de crianças. “Nesse momento não podemos confiar no Governo”, afirmou. O distrital também ressaltou “os resultados muito positivos” da Coronavac apontados por estudo realizado no Chile.

A deputada Arlete Sampaio (PT) comemorou o avanço da vacinação no DF, salientando que mais de 60% da população foi vacinada com ao menos uma dose. De acordo com ela, a aceleração se deu com a chegada de 290 mil doses “que haviam sido subtraídas do DF” com o atraso do repasse pelo Ministério da Saúde. “Se continuarmos com uma certa regularidade da remessa, poderemos ter em breve toda a população adulta vacinada com pelo menos a primeira dose”.

Sobre o sistema de Saúde do DF, a distrital denunciou a falta de itens básicos, como papel higiênico e papel toalha “em várias unidades”, citando as UBSs de Ceilândia, a UBS II da Asa Norte, e o Centro de Saúde de Samambaia. “A empresa contratada, que ganha dinheiro do GDF para prestar esse serviço, não está prestando de maneira adequada”, frisou.

De acordo com Leandro Grass (Rede), os hospitais do DF estão “superlotados” e há uma fila com 562 pacientes para cirurgias eletivas. Ele criticou ainda a dificuldade na marcação de consultas de especialidades básicas e a falta de medicamentos. “O governador deveria aproveitar o helicóptero dele e pousar nos hospitais, que estão superlotados, e nas farmácias de alto custo, que não têm medicamentos”, afirmou.

Eduardo Pedrosa (PTC) relatou a morte de paciente da Covid por falta de atendimento adequado. Entre as irregularidades, ele afirmou que a Secretaria de Saúde desobedeceu a liminar da justiça que garantia leito de UTI para o paciente. Segundo o distrital, o GDF divulgou que havia leitos para a Covid disponíveis no mesmo dia. “Mais uma pessoa que perde a vida por ineficiência do governo, por falta de compromisso de se organizar e resolver os problemas da população. Como pode o próprio governo divulgar que havia leitos disponíveis e não conseguir dar atendimento para a pessoa? Essa vida não vai voltar”.

CPI do IGES

A deputada Júlia Lucy (Novo) defendeu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). Ela ressaltou o reconhecimento por parte do presidente da instituição, Gilberto Occhi, de dívida superior a R$ 370 milhões. “O fato é que a gente tem um verdadeiro sumidouro de dinheiro do povo. O Iges não funciona do ponto de vista da Saúde, não funciona do ponto de vista fiscal”, criticou. Para a distrital, é obrigação dos parlamentares a instalação da CPI: “É o nosso papel, a gente tem que fiscalizar. É o dinheiro do povo, é vida. A Câmara vai ser covarde se nada fizer”.

Por: Mario Espinheira – Agência CLDF

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