Corpo encontrado em cativeiro está desmembrado e é do sexo masculino
Este pode ser o 7º corpo da chacina que dizimou seis pessoas da mesma família
Bombeiros do DF confirmaram, na tarde desta quarta-feira (18), ter encontrado um corpo no cativeiro onde duas vítimas da chacina que dizimou seis pessoas da mesma família, Renata e Gabriela, foram mantidas em cárcere privado.
Segundo os bombeiros, o corpo está desmembrado e é do sexo masculino.
Renata e Gabriela são, respectivamente, sogra e cunhada de Elizamar Silva, a cabeleireira que, junto com os três filhos, desapareceu na última quinta (12).
Este pode ser o 7º corpo da chacina que dizimou seis pessoas da mesma família. Até agora, existem seis corpos carbonizados encontrados. Mas a polícia precisa esperar os exames de DNA para confirmar as identidades dos cadáveres.
O local do cativeiro fica no Vale do Sol, próximo Vale do Amanhecer, em Planaltina, no DF. As buscas pelos corpos começaram nesta quarta (18), após um dos três presos, Horácio Carlos, acusado de participar dos assassinatos, revelar detalhes do crime.
O caso está sendo investigado por uma força-tarefa montada pelas polícias civis de três locais; DF, Goiás e Minas Gerais. Segundo a polícia, centenas de policiais já trabalham no caso. Cerca de 50 deles estão em campo buscando as vítimas que ainda estão desaparecidas.
Nesta quarta (18), familiares registraram o desaparecimento de mais duas pessoas da mesma família, a ex-mulher de Marcos Antônio, Cláudia, e a filha deles.
Até agora, são 10 pessoas da mesma família que estão desaparecidas.
Entenda o caso:
A chacina macabra – feita com requintes de crueldade – inclui cativeiro para prender vítimas, crianças enforcadas, mulheres asfixiadas e corpos carbonizados. A história começou com o desaparecimento de oito pessoas da mesma família, no DF.
A primeira pessoa a desaparecer foi Elizamar da Silva, 39 anos. Ela desapareceu na noite da última quinta (12), quando deixou o salão em que é proprietária, na Asa Norte, em Brasília, em companhia dos três filhos pequenos e de uma funcionária.
A cabeleireira deixou a funcionária em uma parada de ônibus e seguiu para a casa da sogra ao encontro do marido, Thiago Belchior. Depois das 22h da noite, a funcionária enviou mensagens à patroa, mas não obteve resposta.
Além destas quatro pessoas, também desapareceram, entre o sábado (14) e o domingo (15), mais quatro pessoas da mesma família: Thiago Gabriel Belchior (marido de Elizamar), Gabriela Belchior (cunhada de Elizamar e irmã de Thiago), Marcos Antônio Oliveira Lopes (pai de Thiago) e Renata Belchior (mãe de Thiago, esposa de Marcos e sogra de Elizamar).
Durante as investigações, a polícia prendeu três suspeitos de envolvimento com o caso: Gideon Menezes, Horácio Carlos e Fabrício Canhedo. O trio confessou os crimes e acusou Marcos Antônio e Thiago de serem os mandantes dos assassinatos; desde a emboscada de Elizamar até cárcere privado das vítimas.
Pela versão dos três, Marcos Antônio e Thiago Belchior arquitetaram um plano macabro para dizimar a própria família e ficar com o dinheiro de um empréstimo que a cabeleireira Elizamar fez para reformar o salão, no valor de R$ 100 mil; e com mais R$ 400 mil que Renata adquiriu após vender uma casa.
Ainda segundo a versão dos presos, Thiago armou uma emboscada para a esposa. O plano inicial era atrair a mulher para a casa dos sogros, localizada no Paranoá, no DF. Mas Elizamar chegou ao local em companhia dos três filhos do casal. Por isso, os quatro foram mortos asfixiados e queimados dentro do carro da cabeleireira.
Os presos ainda chegaram a afirmar à polícia de que Thiago, pai das crianças, enforcou os próprios filhos. Na sexta-feira (13), o carro de Elizamar, um Clio, foi encontrado em Cristalina, Entorno do DF, com quatro corpos carbonizados.
Já as outras duas vítimas, a esposa (Renata) e a filha de Marcos (Gabriela) teriam sido mantidas em cativeiro em Planaltina, no DF. Ainda segundo a versão dos presos, como os mandantes da chacina não conseguiram o dinheiro, levaram as duas mulheres para a região de Unaí, na BR-251, em Minas Gerais, onde possivelmente foram mortas dias depois.
Na segunda (16), a polícia do DF divulgou ter encontrado, nesta região, um carro com dois corpos carbonizados. O carro está no nome de Marcos Antônio (esposo de Renata e pai de Gabriela, acusado pelos presos de ter encomendado os assassinatos).
Mas nesta quarta (18), a versão da história mudou. E de mandantes, Marcos Antônio e Thiago, passaram à vítimas. Isto porque um terceiro suspeito, Fabrício Canhedo, 34 anos, foi preso nesta madrugada . E, depois dessa terceira prisão, os suspeitos mudaram o depoimento: disseram que sequestraram a família toda, inclusive Thiago e Marcos (até então investigados como possíveis mandantes).