Com umidade em baixa em Brasília, se hidratar é fundamental para manter a saúde

Cerca de 10% dos pacientes que procuram o médico com queixa de cansaço bebem pouca água

O período de seca chegou ao Distrito Federal. Já são mais de 6o dias sem chuvas, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Na semana passada, a umidade variou de 25% a 30%, o que é alerta amarelo para a região. Este cenário chama a atenção para cuidados que se deve ter para hidratar o corpo.

“Cerca de 10% das pessoas que procuram atendimento com queixa de cansaço simplesmente bebem pouca água”, explica a referência técnica distrital (RTD) de medicina da família Camila Monteiro Damasceno.

Ela explica que uma pessoa, em geral, deve beber diariamente cerca de 30 mililitros para cada quilo da massa do indivíduo. Ou seja, para quem pesa 60 kg, o mínimo de água a consumir é cerca de 1,8 litro.

Falta de hidratação pode causar tontura, mal-estar, raciocínio lento, dificuldade de concentração, irritabilidade, garganta seca ou arranhando e inclusive fome.

“Porque os nossos centros de sede e de fome no cérebro são um pouco confusos. Então, às vezes a pessoa está com sede e fica querendo beliscar algo toda hora, sentindo ‘fome’ quando na verdade o que ela está sentindo é sede”, explica Camila.

Segundo a médica, para perceber se o nível de água está dentro do estipulado, a principal forma de fazer o controle é pela cor da urina.

O ideal é que a urina seja sempre amarela clara. Damasceno explica que a secreção muito escura, com cheiro forte e eliminada poucas vezes ao longo do dia é um sinal de desidratação.

Crianças e idosos

O cuidado deve ser redobrado para o caso de crianças e idosos. Damasceno destaca que é preciso evitar trocar água por bebidas açucaradas para o público infantil. “No entanto, quem a gente mais atende nas unidades básicas de saúde com queixa de sintomas de desidratação e relacionado à secura são os idosos”, afirma a médica Camila Damasceno.

A referência técnica distrital colaboradora em geriatria Juliana Bento da Cunha explica que os idosos tendem a sentir menos sede com o passar dos anos e, assim, são mais propensos à desidratação.

“Um sinal do consumo insuficiente de líquidos é a urina mais concentrada (de coloração mais escura), boca seca, constipação, tontura, dor de cabeça, câimbras, fraqueza, prostração, batimentos cardíacos acelerados, sonolência e, em alguns casos, confusão mental”, enumera.

Ela também orienta evitar atividade física externa nas horas mais quentes do dia ou em horários com baixa umidade, usar roupas leves e, manter os cuidados com a pele, os olhos e o nariz. Também não são aconselhados banhos quentes demorados.

“É bom usar hidratantes para pele e lábios, colírios lubrificantes e soro fisiológico para lavagem nasal várias vezes ao dia”, completa.

Dicas para beber mais água

Para reforçar a bebida de água, as médicas recomendam alguns truques. Um deles é ter sempre em mãos uma garrafinha d’água. Outra estratégia pode ser toda vez, após ir ao banheiro, tomar um copo com o líquido. “Isso ajuda a lembrar”, explica a médica da família Camila Damasceno.

Outra dica para quem não tem o costume de beber água ou não gosta pode ser o consumo de água com gás, saborizada (com rodelas de limão ou laranja, hortelã e alecrim). É importante ressaltar que nenhuma bebida substitui a água, mas outras podem complementar, por exemplo: água de coco, suco de fruta com pouco açúcar (como de limão e maracujá) e até a água de chá sem açúcar.

Alimentação

A nutricionista e gerente de Serviços de Nutrição, Carolina Gama, acrescenta que alimentos como frutas, legumes e verduras também possuem alto percentual de água na composição e devem fazer parte das refeições principais e lanches.

“As frutas são ótimas opções para os lanches. Além disso, possuem um percentual importante de água, que não substitui a ingestão do líquido, mas podem contribuir para uma hidratação adequada”, explica.

As frutas também são ricas em vitaminas, minerais, compostos bioativos e fibras, que colaboram com o adequado funcionamento do corpo. A gerente sugere, ainda, que sejam oferecidas para as crianças de maneira atrativa, como os espetinhos de frutas ou picolé do alimento in natura, como melancia.

“Também é possível consumir as frutas com iogurtes naturais, leite, castanhas e aveia”, completa.

Sair da versão mobile