Chacina no DF: corpos da cabeleireira Elizamar e dos três filhos dela são enterrados em Planaltina
Os quatros foram assassinados e seus corpos foram encontrados carbonizados dentro de um carro em Cristalina, entorno do DF
Foram velados e enterrados nesta tarde de segunda (23), os corpos da cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos e dos filhos dela; os gêmeos Rafael e Rafaela, de 6 anos; e também Gabriel da Silva, de 7 anos. Eles foram enterrados no cemitério da Redenção, em Planaltina de Goiás, entorno do DF.
Os quatros foram assassinados e seus corpos foram encontrados carbonizados dentro de um carro em Cristalina, entorno do DF. O caso envolve 10 desaparecidos da mesma família.
A primeira a sumir foi a cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos. A cabeleireira sumiu na noite de quinta-feira (12), após deixar a casa dos sogros no Paranoá, no DF. Depois este sumiço, uma série de fatos que se sucedem tornam a história cada vez mais macabra.
Na sexta (13), o carro de Elizamar é encontrado em Cristalina, entorno do DF, com quatro corpos carbonizados.
Depois, entre o sábado (14) e o domingo (15), familiares informam o desaparecimento de mais quatro pessoas da mesma família: Thiago Belchior (marido de Elizamar), Gabriela e Renata Belchior (irmã e mãe de Thiago, respectivamente) e Marcos Antônio Oliveira (sogro de Elizamar, pai de Thiago).
Em seguida, o carro de Marcos Antônio é encontrado com mais dois corpos carbonizados dentro na BR-251, região de Unaí, em Minas Gerais. Começa uma megaoperação policial. Polícias civis de três regiões do país – Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás – trabalham para desvendar o mistério.
Ainda no sábado (14), parentes informam à polícia sobre o desaparecimento de Cláudia (ex-mulher de Marcos Antônio) e de Ana Beatriz (filha de Cláudia e de Marcos Antônio).
Dois suspeitos são presos: Gideon Batista de Menezes e Horácio Carlos Ferreira Barbosa. Um dos presos, Horácio Carlos, conta à polícia uma versão horrendo para o caso. Diz que Marcos Antônio e Thiago Belchior (pai e filho) teriam encomendado a morte da família porque a dupla estava interessada no dinheiro de Renata e Elizamar. Segundo os bandidos, Renata teria R$ 400 mil da venda de uma casa e Elizamar teria R$ 100 mil de um empréstimo.
Destes R$ 500 mil, os bandidos ficariam com R$ 100 mil para executarem os assassinatos. Nesta hipótese, a dupla de criminosos ainda relata à polícia que as três crianças teriam sido asfixiadas e torturadas pelo próprio pai, Thiago Belchior, antes de serem assassinadas e queimadas.
Porém, os dois presos não esperavam que a polícia encontrasse um terceiro acusado que trouxesse novos elementos para o caso. Fabrício Canhedo é preso pela polícia na madrugada de quarta (18) e o depoimento dele é crucial para a polícia traçar outras linhas de investigação. Ele leva os policiais a uma casa em Planaltina para serviu de cativeiro para as vítimas antes de elas serem assassinadas.
No local, policiais e bombeiros iniciam as buscas por corpos dos desaparecidos. Ainda na quarta, o corpo de Marcos Antônio é encontrado decapitado enterrado em uma casa em Planaltina. E a versão de que pai e filho encomendaram os assassinatos, passa a ser rechaçado pela polícia.
Outro fato que contribui para a versão dos bandidos ser mentirosa é o de que eles trocaram o nome das mulheres de Marcos Antônio. Foi Cláudia, ex-esposa de Marcos, que vendeu recentemente uma casa e não Renata.
Na quinta (19), a polícia confirma que os corpos encontrados no primeiro carro são de Elizamar e das três crianças.
Nesta segunda (23), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) divulgou um vídeo que mostra o momento em que dois carros saem do cativeiro onde parte da família da cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos, era mantida em Planaltina.
Também foi divulgado um bilhete em que Thiago é atraído pelo grupo de criminosos para a chácara. No bilhete, os bandidos pedem para que Thiago vá até o local na companhia de Elizamar e as três crianças assassinadas.
De acordo com o delegado Ricardo Viana, que coordena as diligências do caso desde o dia 14 de janeiro, a equipe de investigação batizou a operação de “Inominada”, com a finalidade de montar o quebra-cabeça das mortes ocorridas em série e de forma brutal.