Chacina de família no DF foi planejada e execução durou quase 1 mês, diz polícia

Os autores agiram motivados por questões financeiras, segundo as apurações

A Polícia Civil do Distrito Federal informou nesta sexta-feira (27) que a ação dos responsáveis pela chacina de dez pessoas de uma mesma família foi planejada e a execução durou quase um mês, desde o dia em que as primeiras vítimas foram sequestradas e levadas para um cativeiro.

“Cada vítima foi morta com diferente requinte de crueldade”, afirmou o delegado Ricardo Viana, titular da 6ª Delegacia de Polícia do DF e responsável pelas investigações.

De acordo com Viana, o corpo de um dos mortos foi esquartejado. Outros foram incinerados, incluindo as seis vítimas encontradas em dois carros queimados localizados em rodovias no entorno do Distrito Federal. Três corpos foram jogados em uma cisterna.

Os autores agiram motivados por questões financeiras, segundo as apurações. Tinham interesse no dinheiro da venda de um terreno pertencente a integrantes da família e valores depositados em contas bancárias.

Os investigadores atribuem ao grupo uma série de crimes, incluindo latrocínio (roubo seguido de morte), homicídio, extorsão mediante sequestro com resultado morte, ocultação de cadáver e associação criminosa, além de corrupção de menor em virtude da participação de um adolescente na trama. As penas somadas variam de 190 a 340 anos.

A polícia não descarta violência sexual contra as mulheres mantidas em cativeiro. Duas delas ficaram 18 dias de posse dos criminosos, outras duas ficaram 14 dias.

Os eventos que culminaram na morte das dez pessoas começaram ainda no ano passado, quando houve a invasão a uma chácara onde morava parte das vítimas. Outros familiares foram atraídos ao local e assassinadas.

Um quinto suspeito de participação na chacina foi preso nesta quinta (26).

De acordo com a investigação, o suspeito conhecido como Galego, 25, teria participado da associação criminosa que praticou os crimes de extorsão mediante sequestro (agravada pela morte), ocultação de cadáver e corrupção de menores. Ele foi preso em Itapoã, uma região administrativa do DF.

Quatro suspeitos já estavam presos e um adolescente de 17 anos, que teria participado da ação criminosa, foi ouvido e teve a sua internação provisória solicitada à Justiça pela Delegacia da Criança e do Adolescente, que investiga o seu papel nos crimes.

As outras quatro pessoas que já haviam sido presas são Carloman dos Santos Nogueira, 26, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49, Gideon Batista de Menezes, 55, e Fabrício Silva Canhedo, 34.

O CRIME

Os corpos da cabeleireira Elizamar da Silva, 39, e dos três filhos dela, um menino de 7 anos, e um casal de gêmeos de 6, foram encontrados carbonizados no dia 13 deste mês, em Cristalina (GO), dentro do carro da família. Eles foram as primeiras vítimas a aparecer.

Os quatro primeiros presos foram: Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49, Gideon Batista de Menezes, 55, Fabrício Silva Canhedo, 34, e Carloman dos Santos Nogueira, 26. Segundo os investigadores, Horácio disse à polícia que a morte de Elizamar e das crianças tinha sido encomendada pelo marido, Thiago, e pelo sogro dela, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, para tomar o dinheiro da venda de uma casa.

Mas a polícia acredita que a informação não seja verdadeira e tenha tido apenas a intenção de tumultuar as investigações ou atenuar a pena em caso de uma eventual condenação.

Dois dos presos eram funcionários e moravam numa chácara em Planaltina com Marcos Antônio, a esposa, Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior, 25, filha de ambos.

Por Marcelo Rocha 

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