Brasília: Embaixada do Bahrein reúne corpo diplomático por ocasião da 33ª Cúpula da Liga Árabe
A Cúpula coincidiu com o Jubileu de Prata do Rei do Bahrein
Nesta quinta-feira (16), a Embaixada do Bahrein no Brasil promoveu um jantar em Brasília para discutir as questões pontuadas durante a 33ª Cúpula da Liga Árabe, realizada no Bahrein nessa semana. Além das questões econômicas e desenvolvimentistas, o foco da Cúpula, formada por 22 países árabes, é discutir o genocídio pelo qual passa a Palestina atualmente. A Cúpula coincidiu com o Jubileu de Prata do Rei do Bahrein.
Sobre a atual situação da Palestina, o embaixador do Bahrein no Brasil, Bader Alhelaibi, enfatizou que: “a causa palestina é o cerne do conflito no Médio Oriente e a primeira questão central, e o Reino do Bahrein, sob a liderança de Sua Majestade o Grande Rei e com o apoio e acompanhamento de Sua Alteza Real o Príncipe Herdeiro e Primeiro-Ministro, está envidando esforços para apoiar causas árabes justas”.
A Declaração do Bahrein fez um apelo pela realização de uma conferência internacional de paz e tomada de medidas irreversíveis referentes à solução de dois Estados, apelando à comunidade internacional para a saída de Israel dos territórios árabes ocupados em 1967 e à necessidade da retirada israelita de Gaza e o fim do cerco à Faixa de Gaza. A declaração também condenou Israel por impedir o cessar-fogo e seu controle da passagem de Rafah, fechando o cerco à Faixa de Gaza.
Bader Alhelaibi finalizou ressaltando que “os resultados da cúpula e da Declaração do Bahrein após a reunião dos líderes reforçam a importância da ação árabe conjunta, do desenvolvimento de seus mecanismos e da continuidade da coordenação entre os nossos países a todos os níveis, a fim de unificar visões, enfrentar ameaças comuns e alcançar segurança, estabilidade e desenvolvimento na região.”
No evento discursaram: o embaixador do Bahrein no Brasil, Bader Alhelaibi; o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben; o embaixador da Liga Árabe, Qais Shqair e o secretário para Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Sergio Sobral Duarte.
Para o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, a Cúpula aconteceu em um momento oportuno, principalmente no que diz respeito à causa palestina.
“Os líderes árabes discutiram todas as questões com responsabilidade, transparência e perspicácia. A importância desta Cúpula reside no fato de ter sido realizada e concluída em tempo recorde, o que se deve ao bom serviço e gestão de uma equipe profissional no fraterno Bahrein”, falou Alzeben.
O diplomata ainda pontuou as circunstâncias atuais que a Palestina atravessa e os perigos que cercam os países árabes, questões que precisam de entendimento para garantir a segurança hídrica e alimentar, a liberdade de navegação e a cooperação e segurança contra o crime organizado, o terrorismo. Outro ponto fundamental, conforme o embaixador palestino, foi a decisão clara na condenação e no fim da agressão e da violência na Palestina.
“As Cúpulas árabes exigiram uma solução de dois estados em conformidade com o direito internacional”, ressaltou o embaixador palestino.
Mesmo sem poder comparecer ao evento, o embaixador da Liga Árabe, Qais Shqair, compartilhou seu discurso, em que pontuou os resultados dessa 33ª Cúpula da Liga Árabe.
“Como foi a primeira vez que o Reino irmão do Bahrein sedia a Cúpula, o país se empenhou para que os resultados da reunião reflitam o contexto político atual e as circunstâncias excepcionais decorrentes da guerra de Israel na Faixa de Gaza”, disse.
“Assim, a Cúpula fez o diagnóstico dessa situação em suas decisões, enfatizando a necessidade de intervenção da comunidade internacional para a cessação duradoura da agressão israelense na Faixa de Gaza e permitir a entrada imediata de ajuda humanitária à sua população civil indefesa sem nenhum entrave. Além disso, fez apelo para um esforço diplomático que conduza a restaurar o caminho da negociação para alcançar a paz desejada e levar ao estabelecimento de um Estado palestino independente”, prosseguiu Qais.
Ainda de acordo embaixador da Liga Árabe, a 33ª Cúpula apoiou os esforços internacionais para reconhecer a Palestina como um Estado membro de pleno direito nas Nações Unidas, e fez um apelo para alcançar a segurança e a estabilidade na região, garantindo a liberdade de navegação marítima e protegendo a liberdade do comércio internacional.
Para Qais Shqair, “as resoluções da Cúpula refletem as mudanças a que estamos assistindo na opinião pública internacional relativamente à matança e à destruição que estão ocorrendo na Faixa de Gaza, deixando mais de trinta e cinco mil vítimas, a maioria das quais são crianças, mulheres e idosos. A Cúpula convidou a todos a unirem seus esforços para pôr um termo a esta guerra, sem precedentes em nossa história moderna. Como passo seguinte, a Cúpula conclamou a todos pela realização de uma conferência internacional para restaurar o curso do processo de paz, a fim de alcançar a tão esperada paz, estabilidade na região e segurança em todo o mundo.”
Ao finalizar seu discurso, o diplomata parabenizou Bader Al-Helaibi pelo sucesso dos trabalhos da Cúpula Árabe.
“Nós, da representação da Liga Árabe no Brasil, trabalharemos imediatamente para divulgar oficialmente as decisões da cúpula, em coordenação com o Conselho de Embaixadores Árabes no Brasil e com a Embaixada do Reino do Bahrein para realizar qualquer atividade que vise informar a opinião pública no Brasil, e todas as instituições oficiais relevantes, lideradas pelo Ministério das Relações Exteriores da amiga República Federativa do Brasil”.
Representando o Brasil, o secretário para Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Sergio Sobral Duarte, agradeceu as inúmeras expressões de solidariedade recebidas dos países árabes por conta das inundações no Rio Grande do Sul.
“É para nós um reconforto receber essas palavras de solidariedade neste momento”. Sergio Sobral Duarte ainda citou que, por diversas vezes, o Brasil já se manifestou em favor do cessar-fogo, da libertação dos reféns e da retomada do processo de paz.
“Os resultados da Cúpula demonstram justamente essa disposição de paz com base no plano árabe e de uma convocação de uma conferência internacional de paz. Reflete também a Liga Árabe, assim como de diversos estados que são a favor da criação do Estado da Palestina”, disse.