Bebê morre após mãe ficar 30 horas em trabalho de parto à espera de atendimento no DF
Os pais da criança, Bruna e Felipe Martins, denunciam o hospital por negligência
Uma bebê morreu durante o parto. O caso aconteceu na madrugada do último domingo (21), no Hospital Regional de Samambaia, no Distrito Federal, após a mãe da criança ficar 30 horas em trabalho de parto esperando por atendimento na unidade de saúde. Os pais da criança, Bruna e Felipe Martins, denunciam o hospital por negligência.
Segundo o casal, Bruna começou a sentir as contrações na manhã do último sábado e chegou a ser internada por duas vezes, mas voltou para casa. Em sua primeira ida ao hospital, a gestante disse que o médico a atendeu e disse para ela voltar para casa e esperar por duas ou três horas para que a dilatação aumentasse.
Ela obedeceu ao médico, foi para casa e retornou à unidade de saúde à tarde. O médico a examinou e disse, novamente, para que ela retornasse para casa. Bruna novamente obedeceu ao médico. À noite, o casal voltou ao Hospital Samambaia pela terceira vez, ocasião em que Bruna foi internada. Durante o trabalho de parto, o médico informou ao casal que a bebê estava torta na barriga de Bruna, em uma posição inadequada para o parto. Mesmo assim, segundo o pai da criança, a equipe do hospital insistiu em um parto normal. O parto ocorreu às 17h51 de domingo (21), por cesariana.
No hospital, Bruna gravou um vídeo relatando a situação.
“Mais ou menos no horário de meio-dia, 13h, eles me deram soro com oxitocina, pra adiantar o processo da dilatação. Aí ele foi evoluindo até chegar aos 10 cm. Só que nesse período eu falei que já estava sem dormir há dois dias, não estava me alimentando direito, e sentia muita dor, muita fraqueza, pedindo pra eles verem um jeito de me ajudar”, disse.
Em entrevista ao portal G1, a mãe de Bruna, avó da criança, disse que percebeu que havia algo errado com a bebê. “Quando tirou a bebê eu vi que ela não tava normal. Não chorou e tava roxa. Aí veio uma equipe. Veio pediatra, as enfermeiras”.
“Levaram ela pra um bercinho e ficaram tentando reanimar ela, e nada. Aí depois eles me botaram pra fora da sala e disseram que vinham conversar comigo. Aí veio o pediatra falar que tinha acontecido uma fatalidade”, relata.