Bancos de leite humano do DF passarão por auditoria da Fiocruz
Finalidade é aperfeiçoar os serviços ofertados na rede, garantindo a segurança nutricional e alimentar dos recém-nascidos
Os 14 bancos de leite humano (BLHs) do Distrito Federal e sete postos de coleta vão se tornar ainda mais qualificados para atender os recém-nascidos de risco que precisam do alimento – fundamental para o desenvolvimento dos bebês.
No Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), gestores de hospitais da Secretaria de Saúde (SES-DF) que possuem BLHs ou postos de coleta participaram do primeiro workshop de implantação do Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano (PCFioBLH). A iniciativa, que reúne a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde, fortalece as capacidades científica, produtiva, tecnológica, gerencial e de garantia da qualidade da Rede Global de Bancos de Leite Humano.
“São mais de 230 bancos de leite humano no Brasil”, aponta a pediatra Miriam Santos, da Comissão Nacional de Bancos de Leite Humano. “Com essa qualificação, teremos um salto de qualidade para melhorar o trabalho dos profissionais envolvidos na Rede BLH. Tudo é pensado para melhorar a saúde dos bebês e reduzir as chances de doenças crônicas ao longo da vida.”
Referência nesse segmento, o DF conta com bancos de leite humano há 45 anos. Além de ofertar leite humano com qualidade certificada, a rede presta atendimento voltado ao aleitamento materno e ajuda as mães em todo o processo de amamentação.
Os BLHs são formados por equipes multiprofissionais, aponta a coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno da SES-DF, Mariane Curado. “É um trabalho que contribui para uma sociedade justa e solidária, que se preocupa com a segurança alimentar”, afirmou. “Por isso, é importante que nossa rede seja vista, lembrada e valorizada. Realizamos pequenas ações, com tecnologia de baixo custo e que mudam a vida de diversas pessoas”.
Certificação no DF
A decisão de qualificar os bancos de leite no Brasil a partir de Brasília não foi casual. Decorreu da constatação de que a Rede de BLH do DF há muito tempo vem trabalhando com êxito a garantia de acesso, gerando condições que a aproximam da autossuficiência em leite humano para recém-nascidos internados.
“Na garantia de acesso e de qualidade e em pilares da segurança alimentar, a certificação é decisiva, e o PCFioBLH é uma inovação nesse campo”, pontuou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Eduardo Chaves Leal. “O resultado da união de esforços decorrente dessa iniciativa certamente permitirá que o Brasil tenha, em médio prazo, a primeira rede de bancos de leite humano de uma de suas unidades federativas, certificada em ambos os pilares da segurança alimentar e nutricional no país.”
Durante dois dias, os auditores do programa vão visitar os bancos de leite e postos de coleta para avaliar o serviço. A expectativa é que a certificação saia no início de 2024.
Bombeiros, valiosa parceria
A parceria da Rede de Bancos de Leite Humano do DF com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) existe há 34 anos. Para doar, não é preciso deslocar-se aos postos de coleta, pois uma equipe da corporação vai à residência da doadora deixar o kit e, posteriormente, buscar os vidros cheios.
A comandante-geral do CBMDF, Monica de Mesquita Miranda, doadora de leite enquanto amamentava as três filhas, foi homenageada durante o workshop. “Sou realizada por ter sido uma doadora e por fazer parte de uma corporação que é parceira e faz um trabalho lindo, ao lado da rede BLH”, contou.
“Parcerias são essenciais para avançar e melhorar ainda mais a nossa Rede de Banco de Leite Humano”, ressaltou o secretário adjunto de Assistência, Luciano Agrizzi, que representou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, no encontro. “É importante qualificar e capacitar os profissionais para que a população sinta e veja o que o serviço público tem a oferecer.”