Atuação do Secretário de Cultura é alvo de divergências em plenário
Em pronunciamento, Delmasso criticou a atuação de Bartolomeu Rodrigues, por exemplo, no que se refere à captação de recursos. Outros distritais, no entanto, defenderam o trabalho do Secretário
Referindo-se a recursos do BNDES destinados a apoiar iniciativas culturais e de preservação do patrimônio, o deputado Delmasso (Republicanos) fez duras críticas ao secretário de Cultura do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, na sessão ordinária da Câmara Legislativa desta terça-feira (17). Na opinião do distrital, “falta competência” ao titular da pasta para captar verbas, por exemplo, para a reforma do Teatro Nacional.
“O secretário reclama da falta de recursos, mas sequer apresentou um projeto ao BNDES, que destina um montante a esse tipo de empreendimento”, afirmou, destacando que valores empregados na revitalização de espaços na cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais, foram provenientes do banco. “É uma verba a fundo perdido”, insistiu, considerando o que chamou de “inoperância” da Secretaria de Cultura do DF. Delmasso ainda defendeu a construção do Museu da Bíblia, cuja proposta já foi questionada pelo secretário.
As críticas de Delmasso a Bartolomeu Rodrigues não foram bem recebidas pelos parlamentares presentes ao plenário que se manifestaram sobre a questão. Para Agaciel Maia (PL), o secretário tem sido eficiente em distribuir os recursos da pasta entre os artistas das áreas periféricas do Distrito Federal. Além disso, destacou o empenho do gestor na execução da Lei Aldir Blanc. “Não o conheço pessoalmente, mas é preciso reconhecer a sua atuação”, resumiu.
Já a deputada Arlete Sampaio (PT) disse que ser necessário “defender o secretário”, principalmente, por sua atuação para “apaziguar o setor cultural da cidade”. Na avaliação da distrital, Rodrigues tem feito “um excelente trabalho dentro de suas possibilidades já que cerca de 40 servidores foram retirados da pasta”. A parlamentar também informou sobre o início das Jornadas do Patrimônio e salientou a realização de audiência pública que tratou dos desafios e perspectivas do Patrimônio Material, Imaterial, Humano e Cultural, na noite desta segunda-feira (16).
Na análise do deputado Chico Vigilante (PT), Delmasso havia “errado na avaliação” do secretário de Cultura. Segundo o distrital, o atual governo federal, por possuir uma postura “anticultura”, dificultaria qualquer projeto encaminhado ao BNDES como o que estava sendo aventado. “Esse governo que exterminar a cultura igual ao Talibã”, declarou em referência ao grupo extremista que voltou ao poder no Afeganistão, assunto também abordado pela deputada Júlia Lucy (Novo), que lamentou a perda da liberdade e o retrocesso que representa para a mulheres afegãs.
Sobre as críticas de Delmasso, a parlamentar propugnou que o GDF precisa dar condições para o secretário de Cultura trabalhar. “Ele não conta com um quadro de servidores e, mesmo assim, tem feito o possível sob essas condições”, declarou. Lucy também levou em conta da situação atual de pandemia para discordar de comparações feitas entre a atual gestão e outras situações. Sobre as declarações de Bartolomeu Rodrigues contrárias ao Museu da Bíblia, a deputada considerou-o “sensato e coerente”.
O secretário ainda recebeu apoio do deputado Leandro Grass (Rede), que lembrou a sua assiduidade quando é convidado pela CLDF para debater questões relativas à pasta, e do deputado Fábio Felix (Psol): “Em relação ao Museu da Bíblia, para o qual falta propostas, por exemplo, em relação à manutenção do espaço, Bartolomeu Rodrigues não pode ser atacado e ter o seu trabalho ser desqualificado”.
Por: Marco Túlio Alencar – Agência CLDF