Advogado que foi candidato a desembargador em Goiás é preso em investigação da PCDF contra fraudes em decisões judiciais

Investigações apontam suposta organização criminosa para lavagem de dinheiro, composta por advogados e empresários que usavam empresas de fachada. Defesas não foram localizadas

Um advogado que foi candidato a desembargador em Goiás foi preso em uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal em uma investigação suspeita de fraudes em decisões judiciais, fraudes essas que resultaram em desvios de quase R$ 5 milhões em contas de idosos e pessoas que já morreram. Segundo o mandado de prisão emitido pela 4ª vara criminal de Brasília, Dimitry Carewuta Jucá, responde pela suposta prática de associação criminosa.

O processo contra Dimitry está no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e não há advogado habilitado. No sistema de consultas públicas do TJ, consta que o advogado está preso.

Os nomes dos outros investigados são: Marcela Adriana Arca dos Santos; Yuri Pinto Soares; Christiane Brandão de Figueiredo; Aderaldo Junior de Queiroz; Fagner Lima da Silva; Siguel Nogueira Araki; Breno Alexandre Modolo; Raphael Cesar de Oliveira Santos Souza e Jurema Jucá da Silva (mãe de Dimitry).

O Mais Goiás não localizou a defesa dele e dos outros nove investigados para um posicionamento. Os mandados são de prisão temporária.

O pedido de prisão foi ordenado pelo juiz Aimar Neres de Matos, expedido no dia 9 de julho e cumprido na quarta-feira (17) durante a operação Mala Fides (má-fé em latim). A decisão diz que a prisão é essencial para o andamento das investigações e preservação de provas.

Golpes

As investigações apontam uma suposta organização criminosa para lavagem de dinheiro, composta por advogados e empresários que usavam empresas de fachada. Apenas em 2023, um golpe no Paraná, envolvendo o patrimônio de uma mulher, resultou em prejuízo de quase R$ 1 milhão.

Um outro suposto integrante do esquema teria desviado quase R$ 3 milhões de um homem que morreu em 2014. O valor era retirado dos patrimônios que eles deixaram em contas, por exemplo.

A Polícia Civil do DF informou que os advogados que representavam tanto o autor quanto o réu estavam em comum acordo. Dessa forma, após o ajuizamento das ações, eles simulavam um acordo que era homologado judicialmente. Como o pagamento não era feito de forma voluntária, indicavam contas bancárias para o bloqueio de valores.

Segundo a PCDF, o grupo criminoso ajuizou ações judiciais simuladas, usando procurações, comprovantes de residência e promissórias falsas. Os valores cobrados eram entre R$ 500 mil a R$ 100 milhões. As vítimas, geralmente, eram pessoas idosas ou que já morreram, e com patrimônio mapeado pelo grupo.

Além do advogado de Goiás, foram cumpridos outros 10 mandados em Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Seropédica (RJ).

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