14 policiais militares são presos acusados de tortura contra soldado durante curso da PMDF
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi procurada pelo Mais Brasília. Até o fechamento desta reportagem, a corporação não tinha enviado nenhuma resposta
Nesta segunda-feira (29), 14 policiais militares foram presos temporariamente após uma denúncia de um soldado que alega ter sido torturado durante o curso de Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
A prisão dos policiais ocorreu após denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por meio da 3ª Promotoria de Justiça Militar e a Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal. A Justiça determinou ainda o afastamento do comandante do BPChoque até que sejam encerradas as apurações do caso. O MPDFT ainda conseguiu acesso ao prontuário médico da suposta vítima para elaborar o laudo de exame de corpo de delito.
Conforme a denúncia, o soldado foi torturado por oito horas para que desistisse do curso. O caso aconteceu no dia 22 desse mês de abril. Além de agressões físicas, a vítima sofreu uma severa insolação após ser obrigada a ficar horas no sol. Ainda segundo a denúncia, as torturas físicas e psicológicas perduraram até às 16h. O soldado foi agredido com um pedaço de madeira nas pernas e nos glúteos, foi chutado enquanto fazia flexões no asfalto e na brita, foi obrigada o beber café com sal e pimenta, foi obrigado a entoar dizeres humilhantes à própria honra, gás lacrimogêneo e gás de pimenta sofreram jogados nos olhos da vítima. Na denúncia, consta ainda que a vítima foi o único aluno a sofrer agressões e humilhações durante aquele dia de curso.
O soldado ainda acrescentou que, pela manhã, recebeu do tenente responsável pelo curso de formação uma ficha de desistência já preenchida e, ao longo de todo dia, ele foi coagido a assinar o documento. Como se recusou a assinar, foi torturado. Após sofrer as agressões, o soldado acabou cedendo.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi procurada pelo Mais Brasília. Até o fechamento desta reportagem, a corporação não tinha enviado nenhuma resposta.