Semana mais gelada de 2022 trouxe neve para SC e deve derrubar temperaturas de cidades quentes
Para aos próximos dias, a previsão é de que o ciclone subtropical que atinge o sul chegue ao Sudeste e ao Centro-Oeste do país, onde as temperaturas vão cair ainda mais
Desde julho de 2021 os brasileiros não sentiam tanto frio. A semana mais gelada de 2022 bateu recorde nesta terça-feira (17/5) e fez as capitais anteciparem campanhas do agasalho e reforçarem a abordagem a pessoas em situação de rua.
Para aos próximos dias, a previsão é de que o ciclone subtropical que atinge o sul chegue ao Sudeste e ao Centro-Oeste do país, onde as temperaturas vão cair ainda mais.
Em Santa Catarina, a neve movimentou o turismo e trouxe sensação térmica de -16° C, em Urupema.
No Rio Grande do Sul, aulas foram canceladas pela chegada da tempestade Yakecan, com ventos de até 80 km/h, que levaram um barco a colidir com pedras e afundar, no Lago Guaíba, em Porto Alegre. Um dos três homens a bordo morreu.
Segundo o Inmet, nevou nas cidades gaúchas de São José dos Ausentes e Cambará do Sul.
No Rio de Janeiro, um temporal assustou moradores e uma chuva de granizo castigou a zona norte. A cidade está em estágio de mobilização, com risco de novas tempestades.
De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), nesta quarta-feira (18/5), além da serra catarinense, Guarapuava (PR) e Monte Verde (MG) podem chegar a -1° C.
“Não descartamos possibilidade de geada em Brasília, na quinta”, diz o meteorologista do Inmet, Franco Villela. O órgão apontou que a sensação térmica em São Paulo também pode ser negativa nesta quarta -a mínima deve ser de 6º C na cidade.
Ele explica que as baixas temperaturas foram provocadas por uma sucessão de ciclones vindos do oceano, associados ao ar frio do sul, entre a costa da Argentina e a do Brasil. As baixas temperaturas devem chegar a cidades normalmente quentes, como Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO). Entre elas, Cuiabá (MT) será a mais fria: 7° C na quinta-feira.
A Prefeitura de Porto Alegre adiantou parte dos esforços que estavam previstos para a chamada Operação Inverno, que começaria oficialmente em 4 de junho.
Desde segunda-feira (16), 12 equipes percorrerão as ruas até as 22h fazendo “busca ativa”, em que pessoas em situação de rua são abordadas e, se assim desejarem, transportadas para albergues, abrigos e pousadas conveniadas à Secretaria de Desenvolvimento Social.
Conforme o secretário titular da pasta, Léo Voigt, Porto Alegre enfrentará o inverno de 2022 com a capacidade de acolhimento na rede municipal ampliada em 60% graças à cobertura vacinal contra a Covid-19, que possibilitou o retorno do distanciamento normal entre as camas em albergues e abrigos.
No Rio de Janeiro, cujos termômetros devem marcar mínima de 17° C na semana, segundo o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), a prefeitura já montou um esquema especial para ajudar pessoas em situação de rua.
A Secretaria de Assistência Social antecipou em um mês a campanha do agasalho para receber a partir desta terça (17) doações em três centros municipais espalhados pela cidade.
A ideia é disponibilizar nesses espaços alimentação, água e itens para combater o frio, como roupas, calçados e cobertores.
Além disso, as três unidades funcionarão 24 horas por dia para atender pessoas em situação de rua e encaminhá-las aos abrigos da prefeitura. Atualmente, há 2.600 vagas disponíveis e a previsão é de que sejam criadas mais 166.
Curitiba registrou 91 atendimentos a pessoas em situação de rua somente no domingo (15) e na madrugada desta segunda-feira (16). Com o frio intenso, a prefeitura reforçou as ações de abordagem nas ruas e acolhimento em abrigos, nos quais é possível tomar banho, alimentar-se e dormir. Aqueles que não aceitam o encaminhamento recebem agasalhos e cobertores.
Há também a ajuda de voluntários e ONGs que desenvolvem ações pontuais, como distribuição de comida, roupas e bebidas quentes. É o que fará o grupo Itinerante Resistência.
“Tudo vem de doação e todos são voluntários. Na praça Tiradentes entregamos marmita no jantar e nas principais ruas e avenidas, onde eles estão, entregamos café, sanduíches e bolos”, conta a fundadora do grupo, Tatiane Dorte.
Em Belo Horizonte, a previsão de chegada de onda de frio fez com que a prefeitura adotasse um plano de contingência para atendimento à população de rua da capital.
A estratégia prevê a intensificação da atuação de equipes do serviço especializado de abordagem social que atuam nas nove regionais da capital.
As equipes farão abordagens a moradores de rua principalmente à noite, com orientações para o período, encaminhamento para unidades de acolhimento e entrega de cobertores.
Nas unidades de acolhimento foi criado sistema de monitoramento de ocupação das vagas, havendo a possibilidade de ampliação do atendimento.
O município tem 600 vagas diárias de acolhimento na modalidade casa de passagem com alimentação, higienização, guarda de pertences e pernoite.
Na área da saúde, o protocolo atual é o transporte para as UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) de moradores de rua encontrados pelas equipes do serviço social com hipotermia. O transporte será feito via unidades do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência).
Por Mauren Luc, Matheus Rocha, Leonardo Augusto, Caue Fonseca e Isabella Menon