Sai laudo técnico da Defesa Civil sobre prédio dos Correios interditado em Contagem

Saiu, no final da manhã desta terça-feira (15), o laudo técnico da Defesa Civil de Contagem, em Minas Gerais, sobre a interdição do prédio do Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE) de Contagem. A informação foi passada ao portal Mais Brasília (MB) pela assessoria de imprensa da Defesa Civil. O local foi interditado pelo órgão fiscalizatório no início da noite dessa segunda (14).  Hoje, equipes da Defesa Civil e de bombeiros ainda realizam atividades no local.

Segundo relatório, durante a vistoria técnica realizada no prédio dos Correios, “constatou-se a presença de problemas estruturais graves”.

Com objetivo de “avaliar as condições estruturais do edifício, com foco no risco de colapso devido ao aparecimento de deslocamentos e rachaduras na estrutura”, o laudo traz todos os problemas de maneira detalhada. Veja quais são:

1. Deslocamento do Piso:

“O piso da parte interna do edifício apresenta deslocamento visível, indicando um possível movimento estrutural. O desnível observado pode afetar a estabilidade geral da construção.”

2. Rachaduras nas Paredes:
“Foram identificadas várias rachaduras nas paredes, sendo que algumas apresentam deslocamento superior a 3 cm. Esse tipo de patologia pode comprometer a integridade das fundações e da estrutura como um todo.”

3. Juntas de Dilatação:
“As juntas de dilatação estão com sinais de desgaste e deslocamento, o que pode indicar que o prédio está sofrendo esforços superiores àqueles para os quais foi originalmente projetado. Esse problema contribui para o surgimento de fissuras e outros danos.”

A nota da Defesa Civil ainda conclui que “a edificação apresenta indícios severos de movimentação estrutural, com risco potencial de comprometimento da segurança.”

E recomenda “a realização de uma análise estrutural detalhada por uma equipe de engenharia especializada, com a possibilidade de reforços ou intervenções urgentes.”

E finaliza: “Enquanto as análises mais profundas são conduzidas, sugere-se a interdição temporária do edifício para garantir a segurança dos ocupantes.”

O CTCE Contagem, um dos maiores centros de tratamento dos Correios no país, opera diariamente em três turnos, com aproximadamente 870 funcionários trabalhando para atender [tratar as encomendas] 638 cidades do interior de Minas Gerais.

Antes de a Defesa Civil interditar o lugar, o prédio já tinha sido evacuado, segundo os funcionários, pela própria gerência local, que também adiantou aos trabalhadores que nesta segunda (14) e também amanhã, terça (15), o CTCE Contagem não funcionaria. Por deixar de funcionar na última segunda (14), o CTCE Contagem já acumulava cerca de 55 mil objetos, que deixaram de ser encaminhados para as unidades do interior de Minas Gerais.

INSALUBRIDADE 

Sobre a insalubridade do prédio, o portal MB ainda questionou, na noite de segunda (14), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (SINTECT-MG), Robson Silva, conhecido por Robson do Correio. O sindicalista afirmou ao MB que este prédio é totalmente insalubre.

“Quando o local foi adquirido, denunciamos diversas vezes o quão insalubre seria trabalhar naquele local.”, disse o sindicalista.

Robson Silva ainda ressaltou à reportagem do MB que o sindicato já havia “denunciado as rachaduras e a falta de estrutura para o labor naquele local.” E acrescentou: “Muitos trabalhadores que foram obrigados a prestar serviço lá no Carandiru, como é conhecido, até pediram demissão pra não ir pra aquele local.”

E reiterou: “A nossa preocupação é com a integridade dos trabalhadores. Retirar todos de lá imediatamente é o mínimo que a Empresa pode fazer. Amanhã vamos conversar nos setores de trabalho e escutar os trabalhadores sobre a situação.”

Ainda na noite dessa segunda (14), assim que a informação foi confirmada pela Defesa Civil de MG ao portal MB, a redação demandou a assessoria de imprensa dos Correios, sem sucesso. O portal MB segue à disposição dos Correios para quaisquer esclarecimentos sobre o caso e/ou pronunciamento da estatal.