RJ tem operações na Cidade de Deus e Maré; 6 suspeitos de tráfico são mortos

Na Maré, investigação afirma que criminosos têm tentáculos na associação de moradores

Rio de Janeiro tem operações policiais em diferentes pontos da capital nesta quarta (3). Na Cidade de Deus, zona oeste, seis suspeitos do tráfico foram feridos e dois fuzis apreendidos durante operação do batalhão local. Na Maré, uma ação da Polícia Civil tenta cumprir mandados de prisão relacionados à lavagem de dinheiro do tráfico.

Na Cidade de Deus, o confronto ocorreu na localizada chamada Curral. Em uma mata, após o tiroteio, a polícia apreendeu dois fuzis e encontrou seis suspeitos feridos. Eles foram socorridos ao Hospital Lourenço Jorge, mas não resistiram.

Ruas da comunidade foram interditadas com barricas, que utilizam óleo, metais e fogo. Moradores somente saíram de casa por volta das 7h.

Na Maré, A DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), com o apoio da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), fez uma operação no Parque União.

A investigação afirma que a comunidade, com influência do Comando Vermelho, é utilizada por meio da construção e abertura de empreendimentos para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de droga

Em nota, a Polícia Civil afirma que a investigação constatou o uso da associação de moradores pelos criminosos. “A investigação aponta ainda para participação de funcionários de órgãos representativos da comunidade como interpostas pessoas de traficantes de drogas, como a própria Associação de Moradores do Parque União”.

Os agentes tentam cumprir oito mandados de busca e apreensão para endereços dentro e fora da comunidade, além da busca de dezesseis criminosos alvos de mandados de prisão expedidos contra traficantes locais do Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré.

Um dos traficantes presos teria saído da Maré e foi detido no Jacarezinho. Willian Souza Guedes, conhecido como Corolla, é apontado como um dos chefes do tráfico do Comando Vermelho e comandava a expansão da facção para o morro dos Macacos, na zona norte do Rio.

FACHIN VISITA CÚPULA DA SEGURANÇA

As operações ocorrem um dia após a visita do ministro Edson Fachin, relator da ADPF 635 no STF (Supremo Tribunal Federal), à cúpula da segurança pública do Rio de Janeiro.

Fachin assistiu a uma apresentação da Polícia Civil, que discorreu sobre operações policiais em comunidades e o cenário das quadrilhas; e outra da Polícia Militar, que detalhou o funcionamento e o controle das câmeras operacionais portáteis. O ministro também conheceu o serviço de emergência 190 da Polícia Militar.

“O que os senhores vivem no Rio de Janeiro não há igual no restante do país. Espero ter a oportunidade de, na decisão final, poder homologar o novo plano de segurança do Rio de Janeiro e que sirva de exemplo para o Brasil”, afirmou o ministro, em nota divulgada pelo governo de Cláudio Castro (PL), governador do Rio.

Por Bruna Fantti

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