Protestos são marcados por desrespeito a protocolos sanitários contra a Covid
Em Brasília, bolsonaristas realizaram churrascos e cervejadas na Esplanada e ignoravam o uso de máscaras
Os protestos com raiz golpista a favor de Jair Bolsonaro nesta terça-feira (7) foram marcados por aglomerações e pelo desrespeito aos protocolos para evitar a disseminação do novo coronavírus. Em menor escala, os atos contrários ao presidente também registraram aglomerações.
Em Brasília, bolsonaristas realizaram churrascos e cervejadas na Esplanada e ignoravam o uso de máscaras nas grades que bloqueavam os acessos e nas proximidades dos caminhões estacionados. Por volta das 13h, procuraram alguns quiosques que ficam entre os prédios principais e os anexos dos ministérios. O cardápio ia de cachorro-quente e hambúrguer a prato feito.
O comportamento desses manifestantes era idêntico ao do presidente, negacionista contumaz da pandemia, de vacinas e das medidas de proteção e distanciamento.
Novos flagrantes de desobediência de regras sanitárias puderam ser observados. Isso não significa que o equipamento de proteção foi ignorado como um todo. Muitas pessoas, especialmente famílias e os mais velhos, usavam máscaras.
O que não houve, em uníssono, foi alguma preocupação com o distanciamento entre as pessoas. As aglomerações se repetiam nas grades, no carro de som usado por quem discursava e nos espaços de festa com churrasco, bebida alcoólica e música sertaneja.
No protesto organizado pela esquerda contra o governo, que ocorreu na Torre de TV de Brasília, também era possível ver pessoas sem máscaras ou usando-a de forma incorreta.
Embora mais vazia e com avisos frequentes dos organizadores para manter o distanciamento, os participantes ficaram aglomerados próximos ao carro de som durante boa parte do ato. Em menor número, alguns cartazes reclamavam da adoção de “passaportes da vacina”. “Passaporte sanitário? Não!!! Não é sobre saúde, é sobre controle!”, mostrava o papel de um manifestante.
Em São Paulo, a maioria dos bolsonaristas não usava máscara, mesmo cenário observado no Rio de Janeiro. A maior parte daqueles que usavam máscara eram pessoas idosas que ficavam distante dos locais mais cheios.
Havia muitos pontos de venda de churrasco e bebidas, onde todos deixavam de utilizar o equipamento se proteção. O mesmo ocorreu nos restaurantes nas ruas transversais à avenida Atlântica, na zona sul do Rio, que viraram novos focos de aglomeração a medida que a manifestação se encerrava.
Já no centro da capital fluminense, no ato contra o presidente, a maioria dos manifestantes usava máscara, mas muitos deles retiravam o item para fumar ou comer algo. Além disso, durante a manifestação houve aglomeração em diversos pontos, apesar de os organizadores terem pedido nas redes sociais respeito aos protocolos sanitários.
Esse cenário se repetiu no ato contra Bolsonaro no vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo.
Em Salvador, parte dos manifestantes bolsonaristas que caminharam em passeata entre o Farol da Barra e o Morro do Cristo não usava a proteção, incluindo idosos.
O mesmo ocorreu em Florianópolis, na avenida Beira-mar.
Em São Luís e em Fortaleza, as manifestações a favor de Bolsonaro ocorreram em formato de carreata e não geraram aglomerações de pessoas como em outras capitais.