Professor denuncia por racismo loja de brinquedos no Rio que montou vitrine com boneca negra e macaco

A ocorrência foi registrada na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e um inquérito foi aberto para investigar o caso

A loja de brinquedos Gamelandia, localizada no Botafogo Pria Shopping, na zona sul do Rio de Janeiro, foi denunciada por racismo por um professor no último domingo (25) nas redes sociais. Ele afirma que a loja fez associação racista ao expor bonecas brancas ao lado de um macaco e uma boneca negra na vitrine.

O professor Moisés Machado, que ensina educação antirracista, disse que se deparou com “este absurdo” ao andar pelo Shopping.

“Parear uma criança preta com um macaco é cruel demais! Por meio desse símbolo, a criança negra internaliza sua posição como subalterna e crianças brancas são incentivadas a reproduzir o negro como um animal, um inferior”, escreveu ele em rede social.

A ocorrência foi registrada na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e um inquérito foi aberto para investigar o caso.

A loja de brinquedos publicou uma nota de esclarecimento nas redes sociais e negou que praticou ato racista na montagem da vitrine: “Queremos esclarecer que em momento algum houve a intenção de promover qualquer tipo de ato racista”.

A Gamelandia explica que é “uma loja especializada em bonecos realistas -intitulados pela loja de “rebonizados”-, incluindo animais: “Somos conhecidos por oferecer produtos artesanais de alta qualidade, como bebês rebonizados e animais rebonizados, incluindo cachorros, pandas, coelhos, porcos, macacos e avatares. Nosso objetivo sempre foi proporcionar aos nossos clientes peças únicas e encantadoras, sem distinção de raça ou origem”.

“O racismo é prática intolerável em qualquer civilização e não condiz com nossos valores e princípios que sempre estiveram fundamentados na inclusão, respeito e diversidade”, diz ainda a nota.

O Botafogo Praia Shopping também se pronunciou em mensagem compartilhada pelo professor Machado. A equipe disse que não tolera atos de racismo e que acionou a loja assim que tomou conhecimento da denúncia.

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