Procuradora é espancada por colega de trabalho no interior de SP
Vídeos que circulam em redes sociais mostram Gabriela Samadello Monteiro de Barros, sendo espancada pelo por Demetrius de Oliveira de Macedo
A Prefeitura de Registro (a 188 km de São Paulo) suspendeu por 30 dias um procurador do município filmado agredindo uma colega com chutes e socos.
Vídeos que circulam em redes sociais mostram a procuradora-geral do município Gabriela Samadello Monteiro de Barros, 39, sendo espancada pelo também procurador Demetrius de Oliveira de Macedo, 34, na sede da prefeitura, onde trabalham, na tarde de segunda-feira (20).
A agressão à mulher na cidade do interior de São Paulo aconteceu por volta das 16h50, na sala da Procuradoria. A reportagem não conseguiu localizar o procurador nem a defesa dele para comentar o caso.
O vídeo da agressão foi amplamente compartilhado nas redes sociais nesta terça (21). Uma funcionária filmou o momento em que Barros é espancada por Macedo.
Quando a procuradora já estava ferida no chão, outras duas mulheres apareceram na sala da prefeitura para ajudá-la. As cenas mostram que elas tentam conter o agressor, enquanto, além da violência física, xinga a colega de “puta” e “vagabunda”.
A gravação compartilhada dura 17 segundos. Nesse intervalo, é possível ver que a vítima consegue se levantar, ensanguentada, com as mãos na cabeça e recebe o apoio de uma das funcionárias, mas o homem continua perseguindo-a.
O vídeo abaixo contém imagens agressivas.
Após ser espancada, Barros ficou com ferimentos na face e no corpo. Em depoimento no 1º Distrito Policial de Registro na noite de segunda, a procuradora disse que a atitude de Macedo foi motivada pela reação a um procedimento administrativo aberto contra ele pela procuradora.
Ela contou à polícia que solicitou a abertura de um procedimento disciplinar para apurar a conduta do colega, que já vinha apresentando comportamentos inadequados no trabalho.
O documento foi encaminhado à Secretaria de Administração da Prefeitura de Registro em 30 de maio, conforme consta no depoimento. Barros disse também que o colega vinha sendo questionado pelo comportamento ríspido.
Uma funcionária, segundo cita a procuradora no depoimento, já havia reclamado e dito ter sentido “medo” de trabalhar no mesmo ambiente que ele.
No documento policial, o registro é de lesão corporal. Nesta terça-feira (21), foi publicado no Diário Oficial do Município de Registro o afastamento do procurador pelo período de 30 dias.
O prefeito Nilton Hirota (PSDB) gravou um vídeo em repúdio ao ocorrido. Ele afirma ser totalmente contra qualquer tipo de violência moral, física e simbólica.
Em nota, a prefeitura reafirmou “o compromisso com a prevenção e enfrentamento a todas as formas de violência, principalmente aquelas que vitimizam mulheres”.
A prefeitura também disse que os servidores da Procuradoria-Geral Municipal e da Secretaria de Negócios Jurídicos receberão apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico.
Por Mariana Moreira