Policial militar agride mulher em Curitiba durante abordagem

Vídeo publicado na sua rede social mostra a vítima gritando e sendo atingida na cabeça

Uma mulher foi imobilizada e agredida por um policial militar durante uma abordagem na noite desta sexta-feira (22) em Curitiba (PR). Um vídeo publicado na sua rede social mostra a vítima gritando e sendo atingida na cabeça pelo agente.

“Bate na minha cara agora, filha da puta”, ele diz após usar a boina para dar um golpe no rosto dela.

Durante a filmagem, outro policial tenta ficar na frente da câmera para impedir a gravação. Em outro vídeo, a mulher aparece chorando, ensanguentada, e tremendo. Algemada, ela diz que levou um soco no nariz e na boca.

“Não ri da minha cara não, se coloca no teu lugar”, a mulher fala para o policial. “Você está aqui para proteger, não para espancar uma mulher.” O agente, então, responde: “Se comporte como mulher”.

Stephany Rodrigues é dona de uma hamburgueria na cidade e foi presa por desacato após ter seu estabelecimento multado. Segundo os agentes, a lotação do local estava superior ao permitido pelas regras estabelecidas durante a pandemia da Covid-19.

Antes de ser imobilizada, a empresária abriu uma live nas redes sociais, chorando e reclamando de uma multa de R$ 20 mil. “Estão fechando minha hamburgueria porque estão dizendo que tinha duas pessoas a mais. Estou tendo que mandar os clientes embora (…) Quem é meu cliente sabe que eu sempre fiz tudo certinho”, disse no vídeo.

“Agora eu, que trabalho que nem uma condenada, estão falando de me levar por desacato”, afirmou.

Em publicação na manhã deste sábado (23), a vítima aparece deitada na cama, com a legenda: “A Ste está em casa, está bem dentro do possivel. Ela conseguiu desligar agora então dormiu, mas está bem machucada e fragilizada. Obrigada pela preocupação de todos”.

A Folha procurou a secretaria de Segurança do Paraná para questionar a respeito da agressão e possível investigação do policial, mas ainda não obteve resposta.

Segundo o portal G1, o militar responsável pela operação, capitão Ronaldo Goulart, afirmou ao canal de TV RPC que o policial teve um atitude “instintiva” ao acertar a boina na mulher, pois ele estava “sendo ofendido, agredido fisicamente e na tentativa de ser mordido” e que a medida foi a forma “menos lesiva”.

Em São Paulo, nesta sexta-feira (22), o Ministério Público voltou atrás três dias após denunciar uma comerciante negra que teve o pescoço pisado por um policial militar durante uma ocorrência em maio do ano passado.

De acordo com a denúncia feita na terça (19), ela teria cometido quatro crimes: violação de medida sanitária preventiva (ao infringir o Plano São Paulo, que restringia atividades comerciais para prevenção da Covid), resistência, desacato e lesão corporal.

As agressões, de acordo com a peça do Ministério Público, ocorreram quando a comerciante tentou impedir que os policiais abordassem um cliente em seu bar, que estava aberto em desrespeito às regras da pandemia.

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