Polícia prende membros de quadrilha que desviou milhões de contas bancárias
A investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro durou mais de um ano
Uma quadrilha que usava cartões de crédito clonados e cheques com assinaturas idênticas dos donos das contas foi desmantelada pela polícia na última semana. Eles vão responder por lavagem de dinheiro, organização criminosa, estelionato, entre outros crimes.
A investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro durou mais de um ano e descobriu que, apenas nos últimos meses, o esquema movimentou mais de R$ 13 milhões. Eles foram presos na manha da última quinta-feira (4/11).
Conforme mostrou uma reportagem exibida hoje pelo Fantástico, da TV Globo, os criminosos dispunham de muita tecnologia para cometer os crimes. Donos de empresas fantasmas, eles utilizavam cartões clonados para comprar produtos inexistentes. Assim, o grupo ganhava dinheiro com as falsas vendas, e o valor ia para as contas dos verdadeiros donos dos cartões.
A quadrilha
A reportagem do Fantástico também mostrou que as investigações da Polícia Civil do Rio, todo o esquema era comandado por Eduardo da Costa Pereira, conhecido como “Frango” ou “Edu Miami”. Ele se apresentava como empresário e investidor, mas já tinha ficha na polícia por estelionato, receptação de carros roubados e falsidade ideológica.
Os golpes eram aplicados a partir de uma sala comercial em Niterói (RJ). No local, muitos computadores caros eram usados, mas o local praticamente não tinha móveis – uma tática para caso precisassem fugir.
Outro integrante da quadrilha, Max William Gonçalves Campos, conhecido como “mineiro”, foi detido em um dos resorts de luxo mais concorridos do Brasil, em Muro Alto, Pernambuco. Agentes do grupo de operações especiais da Polícia Civil do estado invadiram o bangalô no qual ele estava hospedado com a mulher, cuja diária é de R$ 5 mil.
Ele é acusado de fraudes financeiras, estelionato, falsidade ideológica e formação de quadrilha. As investigações mostraram que, apesar de não ter um emprego formal, Max acumulava quase R$ 1 milhão na conta bancária.
Além dos dois, outros 9 golpistas e membros do grupo foram presos.
Apoio de policiais e gerentes
Para os golpes, eles tinham acesso a um sistema da polícia. Além disso, o grupo contava com o apoio e do apoio de dois policiais militares e um policial civil, bem como com a ajuda de gerentes de bancos.
Um sargento e um capitão da PM acessavam o sistema e identificavam possíveis vítimas para os golpes. Já o policial civil, buscava dados de pessoas mortas. Depois, Eduardo, o líder da quadrilha, utilizava as informações para pedir apoio a gerentes de bancos, que selecionavam clientes com valores altos em conta.
A reprodução das assinaturas era feita com um equipamento especial. Se passando por clientes dos bancos, eles solicitavam talões de cheques e descontavam os valores.
O que dizem as defesas
A defesa de Eduardo da Costa Pereira disse ao Fantástico que só irá se pronunciar após o início do processo penal e acesso aos autos. O programa da TV Globo não conseguiu contato com os advogados de Max William Gonçalves Campos.
Em nota enviada ao Fantástico, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse que “as instituições estão comprometidas com o aprimoramento constante dos sistemas de segurança” a fim de garantir a eficiência das operações financeiras cotidianas de milhões de brasileiros. Também ressaltaram que os bancos atuam em parceria com forças policiais para a identificação e punição dos criminosos.