Piloto de 25 anos desaparece em floresta na fronteira com a Venezuela

O avião monomotor que ele pilotava sumiu dos radares desde o dia 24 de junho

O piloto brasileiro Robert Bento dos Santos Menegace, 25, desapareceu em área de mata da Terra Indígena Yanomami, entre Roraima e a Venezuela. O avião monomotor que ele pilotava sumiu dos radares desde o dia 24 de junho e a família tem contato com a ajuda de indígenas para promover buscas na região.

A família, que é do município de Novo Progresso (PA), fez uma campanha nas redes sociais para arrecadar dinheiro para acompanhar as buscas na região, que contam com a ajuda de indígenas.
Segundo a mãe de Robert, a aeronave decolou na manhã do dia 24 da Vila de Campos Novos, em Iracema, com destino a duas áreas de garimpo, onde faria a entrega dos alimentos.

A primeira parada foi a localidade de Ximarioto e a segunda, uma área conhecida como “pista nova”. O tempo total da viagem seria de cerca de cinco horas. Mas a última informação sobre a localização, marcada pelo aparelho específico para essa finalidade, foi às 14h47.

“Ele deixou metade dos mantimentos em cada lugar, mas o avião sumiu oito minutos depois de decolar da pista nova”, conta a mãe Sandra Regina dos Santos.
Indígenas informaram aos familiares que viram o monomotor sobrevoando a área e que aparentava estar tendo problemas.

“Segundo eles, estava chovendo nessa hora e o avião parecia estar tendo uma “pane”, depois sumiu. A esperança é que tenha feito um pouso em alguma aldeia na região e não tenha conseguido avisar por conta da dificuldade de comunicação”, conta a mãe.

Ainda segundo ela, foi a primeira vez que o piloto pousou no local, cuja pista foi aberta recentemente. “Essa pista é nova, só duas aeronaves tinham pousado lá e o pouso dele foi o terceiro”.

EXPERIÊNCIA E BUSCAS
A mãe do piloto conta ainda que ele tem contato com aviação desde os 17 anos, mas só este ano conseguiu a autorização para voar, após concluir o curso. Há quatro meses, ele recebeu uma proposta de trabalho para pilotar o avião particular e mudou-se do Pará para Roraima.

‘Toda oportunidade que ele tinha para aprender ele ia. Sempre fazia voos em dupla, mas ele já tinha viajado sozinho antes”, revela.

As buscas começaram no dia seguinte ao desaparecimento da aeronave e estão sendo realizadas em duas frentes, uma pelo dono da aeronave e outra por indígenas de duas comunidades que ficam na região onde houve o último sinal do avião.

A família diz que não informou que ainda não registrou o desaparecimento junto às autoridades. “Não registramos o desaparecimento porque nem sabíamos como funcionaria isso, por ser na fronteira com a Venezuela. Mas agora já temos uma pessoa resolvendo isso para nós”, contou, dizendo que estão buscando as autoridades para pedir orientações.

A Força Aérea Brasileira informou que ainda não foi informada sobre nenhum desaparecimento de aeronave na região e nem o registro de tráfego aéreo recebeu qualquer pedido de emergência na área no dia do desaparecimento.

Por Luciana Cavalcante

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