PF cumpre mandado em 8 estados para investigar desvios na saúde
Policiais cumprem 95 mandados de busca e apreensão e 60 de prisão nesta quarta (18/8)
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (18/8), a Operação Reditus, segunda fase da Operação SOS, para combater desvio de recursos públicos na área da saúde por meio da contratação de organizações sociais para gestão de hospitais públicos no Pará.
A operação batizada em latim significa “volta”, cujo nome faz referência ao termo que os integrantes do grupo criminoso costumavam chamar os valores desviados. A ação tem como objetivo esclarecer fatos relacionados aos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro apontados nas investigações.
Cerca de 400 policiais federais, além de servidores da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União, cumprem 95 mandados de busca e apreensão, 54 mandados de prisão temporária e seis mandados de prisão preventiva nos estados do Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Amazonas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso.
Os contratos investigados pela PF ultrapassam R$ 1,2 bilhão e envolvem quatro organizações sociais, cinco hospitais regionais e quatro hospitais de campanha montados para enfrentamento da pandemia de Covid-19.
As investigações apontam que o governo estadual efetuava repasses de verbas às organizações sociais contratadas e estas subcontratavam outras empresas para prestarem serviços nas unidades de saúde geridas pelo grupo criminoso, prática conhecida como “quarteirização”.
“Os serviços subcontratados eram superfaturados ou nem sequer eram prestados, permitindo que a verba que deveria ser destinada à aquisição de bens ou serviços retornasse para os integrantes da organização criminosa por meio de um complexo esquema de lavagem de dinheiro”, informou a Polícia Federal.
Além dos mandados de busca e apreensão e prisão, a PF determinou a suspensão das atividades de duas empresas utilizadas para lavagem de dinheiro, o sequestro de bens móveis e imóveis pertencentes ao principal operador financeiro do esquema, avaliados em mais de R$ 150 milhões, e o bloqueio de valores em contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas investigadas que, somados podem passar mais de R$ 800 milhões.
O governo do estado do Pará informou ao Mais Brasília que não é alvo da operação, mas “apoiam todas as investigações para que a verdade seja esclarecida”.