Operação policial em Jacarezinho deixa 25 mortos
24 suspeitos e um policial estão entre as vítimas
Um intenso tiroteio na Favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro, deixou pelo menos 25 mortos. A ação ocorreu na última quinta-feira (6/5). Dois policiais também foram atingidos de raspão no braço e na panturrilha – ambos apresentam quadro estável. Moradores da Favela do Jacarezinho denunciaram, em vídeos publicados em redes sociais e em relatos à Defensoria Pública, que os suspeitos foram executados durante a operação policial na comunidade.
Para os defensores públicos, além das denúncias, fotos compartilhadas em redes sociais e também tiradas por fotojornalistas demonstram que a polícia “desfez” a cena de crimes. Para eles, mais um indicativo de que houve execuções de suspeitos – sem chance de rendição.
Entre os mortos está o agente André Frias, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), morreu após ser baleado na cabeça. Levado ao Hospital Municipal Salgado Filho com quadro clínico considerado grave, ele não resistiu.
Ao todo, 21 traficantes foram identificados e são procurados pela polícia local. Em nota, a Polícia Civil informou que a ação, coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), é resultado de investigação contra a organização criminosa que atua na comunidade.
Ao justificar a operação deflagrada na comunidade de Jacarezinho, a Polícia Civil disse que a facção criminosa da região age de forma semelhante a grupos terroristas, fazendo até o sequestro de trens da SuperVia.
O confronto interrompeu a circulação dos transportes públicos na região, além de ter provocado o fechamento de escolas e de unidades de saúde, suspendendo, entre outros serviços, a vacinação contra a Covid-19.
O MetrôRio informou que “dois clientes foram atingidos na altura da estação de Triagem, após o vidro de uma das composições aparentemente ser atingido por projétil”. Os passageiros feridos receberam socorro e também apresentam quadro estável.
Segundo as investigações, os criminosos têm “estrutura típica de guerra”, com centenas de “soldados munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes balísticos, roupas camufladas e todo tipo de acessórios militares”.
O grupo, considerado um dos quartéis-generais da facção Comando Vermelho na região, alicia crianças e adolescentes para praticar crimes, como o tráfico de drogas, roubos e homicídios.