ONU cobra do governo intensificação de buscas de indigenista e jornalista no AM
A porta-voz Ravina Shamdasani manifestou preocupação com a falta de informação sobre o paradeiro e bem-estar dos dois
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos cobrou nesta sexta-feira (10) que o governo brasileiro redobre os esforços para encontrar o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Philips.
A porta-voz Ravina Shamdasani manifestou preocupação com a falta de informação sobre o paradeiro e bem-estar dos dois, que desaparecerem no último domingo (5), quando transitavam pelo Vale do Javari rumo à cidade de Atalaia do Norte (AM).
“Nós clamamos às autoridades brasileiras que redobrem seus esforços para encontrar Phillips e Pereira o mais rápido possível tendo em vista os riscos reais aos seus direitos à vida e à segurança”.
“É crucial que as autoridades nos níveis federal e local reajam de forma robusta e rapidamente, o que inclui implantar totalmente os meios disponíveis e recursos especializados necessários para uma busca efetiva na área remota em questão”, disse.
Shamdasani informou que o escritório regional na América do Sul do Alto Comissariado está monitorando de perto a situação e destacou o importante papel desempenhado por Phillips e Pereira na conscientização e defesa dos direitos dos povos indígenas, assim como no monitoramento e denúncias de atividades ilegais na região.
Ela também elogiou a atuação da sociedade civil, que vem mobilizando esforços para as buscas, e ressaltou a preocupação com o contexto mais amplo de ataques e perseguições constantes enfrentados por defensores de direitos humanos, ambientalistas e jornalistas no Brasil.
“As autoridades têm a responsabilidade de protegê-los e garantir que possam exercer seus direitos, inclusive à liberdade de expressão e associação, livres de ataques e ameaças”, afirma.
A representante faz ainda um apelo pela proteção dos povos indígenas, especialmente os que vivem em isolamento.
“As autoridades devem adotar medidas adequadas para garantir seus direitos à terra, territórios e meios de subsistência tradicionais, protegendo-os de todas as formas de violência e discriminação tanto por parte de atores estatais quanto não estatais”.