Novembro Azul: diagnóstico precoce é a melhor forma de vencer o câncer de próstata – Mais Brasília
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Novembro Azul: diagnóstico precoce é a melhor forma de vencer o câncer de próstata

Dados do INCA apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata, a cada ano

Foto: Reprodução

O câncer de próstata é o tipo mais comum de câncer entre a população masculina, representando 29% dos diagnósticos da doença no país. A cada 40 minutos, um homem morre vítima de câncer de próstata no Brasil. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata, a cada ano. E como forma de mudar essa realidade, a campanha Novembro Azul traz, anualmente, a conscientização sobre os cuidados que os homens devem ter com a saúde, já que 44% dos brasileiros nunca foram ao urologista, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O foco da campanha é justamente o alerta para o câncer de próstata e a importância do diagnóstico precoce.

A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino. Localizada abaixo da bexiga e tem como principal função proteger os espermatozoides a partir da produção de uma secreção – o líquido prostático. De acordo com o médico urologista e diretor do Hospital Urológico de Brasília, Dr. Ériston Uhmann, exames de rotina, relacionados à glândula, são indispensáveis para avaliar a saúde do homem. “O grande mérito das campanhas é justamente conscientizar os homens que, mesmo sem sintomas, façam as avaliações anualmente, porque as melhores chances de cura estão justamente nos diagnósticos mais precoces”, enfatiza o médico.

A consulta com o urologista, com o intuito de evitar a detecção de um possível câncer de próstata em estágio avançado, deve ser realizada a partir dos 45 anos. Mas se há casos na família, o recomendável é que a visitas ao especialista se iniciem aos 40. “Quando descoberto na fase inicial, as chances de cura do câncer de próstata, com alguma forma de tratamento, são de 95%”, aponta o especialista.

Entre os exames que devem fazer parte da rotina anual do homem estão o toque retal, quando é avaliada a presença ou não de nódulos, e exame de sangue, para medir o PSA (Antígeno Prostático Específico) – proteína produzida pelas células da próstata. Se necessário, também são realizados exames complementares como ultrassom, ecografia, ressonância magnética e, por último, a biopsia – quando há suspeita de câncer após as avaliações clínica e laboratorial. O procedimento consiste na retirada de algumas amostras da próstata para análise.

Fatores de risco

O câncer de próstata está relacionado ao envelhecimento do homem. Quanto maior a idade, mais propenso a desenvolver a doença. Outro aspecto está ligado à etnia. Segundo o médico, os homens negros têm mais chances de desenvolver a enfermidade do que os demais.

Outro aspecto é o genético. Um paciente cujo pai ou tio tiveram câncer de próstata, por exemplo, tem o dobro de risco para desenvolver a doença do que a população em geral. “Se o paciente tiver menos de 65 anos e mais de um parente afetado pela doença, o risco aumenta de 6 a 11 vezes”, esclarece o urologista.

Demais fatores de risco envolvem a alimentação, com dieta rica em gordura e carne vermelha, pobre em legumes, vegetais e frutas; o sedentarismo e a obesidade, com probabilidade de desenvolverem câncer de próstata mais agressivo.

Sintomas

Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas. Mas em estágio avançado, eles podem estar relacionados ao trato urinário, como a vontade de urinar com frequência, dor ao urinar, presença de sangue na urina ou sêmen, além de dor óssea próxima à região da próstata ou, em casos de metástases (quando as células do tumor inicial se espalham para outras regiões do corpo), dores ósseas em outras partes do corpo e fraturas. “Quanto mais avançado é um tumor mais mutações ocorrem, conferindo maior agressividade”, destaca o urologista.