Miguel Corrêa promete revogar mineração na Serra do Curral e critica Zema

De acordo com ele, a mineração é uma das principais formas de arrecadação do estado

O ex-deputado federal e pré-candidato ao governo de Minas Gerais Miguel Corrêa (PDT) afirmou nesta quinta-feira (12/5) em sabatina da Folha de S.Paulo e do UOL que, se eleito, revogará a licença para mineração na Serra do Curral.

“Eu sou radicalmente contrário à mineração na Serra do Curral. Imaginem que a serra é o quadro que emoldura Belo Horizonte. Nós não podemos permitir que isso aconteça”, disse o ex-deputado.
Corrêa também criticou o atual governador Romeu Zema (Novo). Segundo ele, a gestão atual não aprendeu com os acontecimentos do passado, como as tragédias de Brumadinho e Mariana.

“Não ter o passado e a história tão presente para analisar e tomar decisões é muito grave. O que o governo Zema faz, de não observar um pouquinho do que aconteceu e tentar construir um novo modelo é um risco muito grande. Ele está assumindo essa conta que põe em risco muitos mineiros.”

De acordo com ele, a mineração é uma das principais formas de arrecadação do estado, mas precisa ser melhor regulada para reduzir os impactos para a população.
“A mineração é uma das principais fontes de arrecadação da economia do estado e naturalmente, o estado precisa atuar para criar regulações mais sólidas.”

“E também para acompanhar e, até mesmo, dar apoio para que elas aconteçam em locais adequados, em explorações adequadas e sem devastar o meio ambiente e cenários tão importantes como a Serra do Curral.”

Corrêa fez críticas à maneira como o atual governador administrou os recursos públicos durante sua gestão. Ele apresentou como exemplo a situação das rodovias no estado e disse que o programa de manutenção das estradas não funciona.

“O Zema teve uma grata surpresa de ter uma arrecadação absurdamente maior que dos governos anteriores e absolutamente não fez nada”, afirmou o pré-candidato do PDT.

Sobre o embate acerca do reajuste salarial para o funcionalismo público no estado, Corrêa afirmou que está de acordo com o pleito do funcionalismo pelo aumento, mas diz que é necessário cumprir o que está na constituição. Para ele, o atual governo não soube resolver a situação.

“O que está registrado é uma inabilidade absoluta de negociar, de conversar, de dialogar, de compreender e de propor solução. Isso foi provado nesse episódio, porque se houvesse o mínimo de habilidade isso não teria acontecido.”

Atualmente, Miguel Corrêa recorre no Supremo de uma decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o considerou inelegível por oito anos. As acusações são de captação ilícita de recursos para a criação de aplicativos e para contratação de influenciadores digitais em benefício da campanha ao senado, em 2018.

De acordo com o ex-deputado, ele aguarda uma decisão do STF até agosto, quando será oficializada sua candidatura. Segundo ele, mesmo que a decisão não saia neste período, o seu registro de candidatura terá que ser analisado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais e, se necessário, pelo TSE.
“A partir daí, há a possibilidade de manter a candidatura e tentar ganhar depois na Justiça, ou trocar a candidatura.”

“Significa que nós jogamos com todos os elementos ainda na mesa, não há necessidade de criar uma abreviação no momento que nós temos o tempo, as estratégias judiciais e, no meu entender, o direito completo ao meu favor”, afirmou o candidato.
Em março deste ano, Corrêa deixou o PT, partido ao qual era filiado desde 2004. Segundo ele, um dos motivos dessa decisão foi a falta de oportunidades para apresentar projetos em âmbito estadual, visando os interesses e alianças nacionais.

O candidato do PDT disse ter respeito pela trajetória do ex-presidente Lula (PT), mas acredita que os debates de ideias precisam acontecer dentro dos blocos políticos.
O ex-deputado afirmou que Ciro Gomes (PDT) tem todas as condições para conquistar o eleitorado, mesmo não sendo o favorito no momento.
Segundo Corrêa, a conjuntura formada após o impeachment de 2018 prejudicou fortemente o PT nas eleições de 2018. Ele foi candidato ao senado por Minas, ao lado de Dilma, mas acabou em sexto lugar, com 7,27% dos votos.

Para ele, à época o partido deu mais destaque para a candidatura da ex-presidente, o que fez com que suas chances de ser eleito diminuíssem.

“A minha candidatura tinha alguma possibilidade, mas quando o Lula determinou que a Dilma viesse ser candidata aqui por Minas Gerais, eu absolutamente assumi o segundo plano. Ela teve um minuto e trinta [segundos] de televisão e eu tive dez segundos. Sem falar do orçamento, a diferença brutal que foi o orçamento dela contra o meu. Eu naveguei para ter uma bela campanha e tive 1,3 milhão de votos.”

Acerca das discussões sobre uma possível aliança entre ele e Alexandre Kalil (PSD) no primeiro turno das eleições para o governo, Corrêa descartou a possibilidade.
Segundo o ex-deputado, essas conversas aconteceram quando ele estava decidindo seu rumo após deixar o PT, mas o cenário não se mostrou viável para o primeiro turno.

SABATINAS CONFIRMADAS EM MG

​12.mai
16h – Marcus Pestana (PSDB)

13.mai
10h – Carlos Viana (PL)

Romeu Zema (Novo) não aceitou o convite

SABATINAS CONFIRMADAS NO RJ

16.mai
10h – Felipe Santa Cruz (PSD) – 16/5 – 10h

18.mai
10h – Rodrigo Neves (PDT)
16h – Anthony Garotinho (União Brasil)

20.mai
10h – Marcelo Freixo (PSB)
16h – Cláudio Castro

DEMAIS SABATINAS
Semana de 23/5 – BA
Semana de 30/5 – PR
Semana de 6/6 – RS
Semana de 13/6 – PE
Semana de 20/6 – CE

DEBATES COM CANDIDATOS AO GOVERNO DE SP
1º turno – 19/9, às 10h
2º turno – 20/10, às 10h

Por Isac Godinho

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