Jovem morta em praia de SC já havia perdido dois irmãos assassinados
Jovem de 21 anos foi encontrada nessa sexta-feira (3/12) em uma cova que ela mesma foi obrigada a cavar
A jovem Amanda Albach, 21, encontrada morta na sexta-feira (3/12) em uma cova que ela mesma foi obrigada a cavar, na praia de Itapirubá, em Imbituba (SC), não foi a primeira de sua família vítima de homicídio. Em 2010, quando tinha apenas dez anos, ela teve uma irmã e um irmão assassinados: Francieli Albach de Souza Silva, de 23 anos, e Guilherme Albach de Souza Silva, de 11.
A informação foi confirmada a reportagem pelo advogado da família, Michael Pinheiro. Ele disse que o assassinato dos irmãos de Amanda teria sido um possível “acerto de contas”, mas não soube detalhar os desdobramentos das investigações.
O assassinato dos irmãos da jovem aconteceu em janeiro de 2010, em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba.
À época, a imprensa paranaense noticiou que Francieli e seu companheiro eram suspeitos de tráfico de drogas. Ela foi morta no sofá de casa durante a madrugada. Guilherme teria acordado com os tiros e também acabou sendo assassinado. O filho de Francieli, de apenas 3 anos, teria sido poupado.
A reportagem procurou a Polícia Civil e o Tribunal de Justiça do Paraná, mas não obteve retorno sobre o caso de 2010.
O que se sabe sobre o homicídio de Amanda Albach
A promotora de vendas Amanda Albach, 21, foi encontrada morta na sexta na praia de Itapirubá, em Imbituba. Segundo a Polícia Civil, ela teria sido morta por fotografar um homem armado, com histórico de tráfico de drogas, que temeu ser denunciado.
A vítima estava desaparecida desde 15 de novembro, um dia depois de ser vista pela última vez no beach club P12, em Jurerê Internacional, região nobre de Florianópolis. Um dos suspeitos de matá-la era um colega que a acompanhava na balada.
O trio de suspeitos -composto por um casal que acompanhou Amanda em uma viagem durante o feriadão da Proclamação da República e um homem, visto com ela na festa- foi preso em Canoas (RS). Eles moravam juntos em Imbituba, a 90 km de Florianópolis, e hospedaram Amanda no feriado. A vítima saiu de Fazenda Rio Grande (PR) para curtir a folga.
A Polícia Civil passou a tratar os amigos como suspeitos no desparecimento após informações desencontradas nos depoimentos deles ao longo da investigação, informou o delegado Bruno Fernandes.
Após coletar elementos que ligavam o trio ao desaparecimento, a Polícia Civil conseguiu na Justiça um mandado de prisão temporária por cinco dias contra os envolvidos.
Em interrogatório, um dos amigos confessou que a matou e indicou a localização do corpo, em uma cova rasa, na praia de Itapirubá.
Pouco antes de morrer, Amanda chegou gravar um áudio e mandou por WhatsApp para uma parente informando que pegaria um carro de aplicativo para retornar para casa, no Paraná.
De acordo com a Delegacia de Investigação Criminal de Laguna, responsável pelo inquérito, Amanda mandou o áudio obrigada pelo suspeito como uma maneira de despistar a investigação. Depois da mensagem, a vítima ainda cavou a própria cova com uma pá e acabou morta com dois tiros, revelou o suspeito.
“O suspeito contou que levou Amanda até a praia de Itapirubá e obrigou que ela cavasse a própria cova. Antes de ser morta, ainda a ordenou a gravar um áudio aos familiares dizendo que pegaria um carro de aplicativo para retornar ao Paraná”, contou ontem o delegado Bruno Fernandes, em coletiva de imprensa.
Vítima foi morta após ver arma com suspeito
A investigação concluiu que Amanda e os amigos foram para Jurerê Internacional durante o dia, em 14 de novembro. De lá, retornaram à noite para Imbituba.
Na noite de 15 de novembro, Amanda teria visto uma arma de fogo com um dos suspeitos no imóvel. Ela teria batido uma foto e encaminhado a outras pessoas, o que motivou o descontentamento do suspeito.
“A investigação aponta que a Amanda viu uma arma de um desses investigados, bateu uma foto e encaminhou a terceiros. Essa pessoa se descontentou e decidiu dar fim à vida dela porque sentiu que corria algum risco de ser denunciado”, informou o delegado.
Apenas o suspeito de portar a arma de fogo já tinha passagem pela polícia, pelo crime de tráfico de drogas. A Polícia Civil diz que os outros dois que hospedavam Amanda não participaram nem presenciaram a cena do crime, mas acabaram se omitindo.
A Polícia Civil ainda não informou se algum dos três suspeitos já teve defesa constituída. A reportagem segue tentando contato e este espaço será atualizado tão logo haja manifestação.