Incêndio volta a atingir Serra do Amolar, no Pantanal
O presidente do IHP estima que cerca de dez hectares foram atingidos pelo incêndio
Um sistema de monitoramento lançado em junho deste ano detectou o primeiro incêndio na Serra do Amolar, em Corumbá, a região mais isolada do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. Desde o mês passado, os focos aumentaram no bioma e a preocupação é com a logística para alcançar pontos de difícil acesso ao local.
O foco de incêndio na região do Palmital, na Serra do Amolar, localizada no limite com o município de Cáceres (MT), foi identificado na última terça (2), por volta das 14h. Até o fim da tarde, ainda havia chamas ativas, porém o fogo era considerado controlado.
O presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), coronel Ângelo Rabelo, diz que o combate inicial foi realizado pelos peões da Fazenda Mandioré.
Rabelo disse que o primeiro combate foi importante para evitar que as chamas se espalhassem no entorno, dando tempo até a chegada dos bombeiros. A equipe saiu de Corumbá na tarde desta quarta (3) e levou aproximadamente nove horas de viagem pelo rio Paraguai, pernoitando em uma fazenda no caminho até chegar ao ponto do incêndio.
Além do trabalho por terra, foi usado o avião Air Tractor, com capacidade de transporte de 3.000 litros de água. Segundo informação do Corpo de Bombeiros, o fogo foi debelado, e os militares permanecem no local para rescaldo e monitoramento, no caso de as chamas reaparecerem.
O presidente do IHP estima que cerca de dez hectares foram atingidos pelo incêndio, uma área de pequena extensão. A partir desta sexta (5), oito militares do Corpo de Bombeiros vão montar base fixa na Serra do Amolar.
Segundo Rabelo, a detecção precoce foi primordial para o resultado e que somente foi possível com uso do sistema de monitoramento, apelidado de “Abraça Pantanal”.
A plataforma integrada de gestão de combate a incêndios identifica focos de incêndio de forma automática, no ponto exato da ocorrência e notifica os operadores do sistema. As informações são geradas para o IHP e para os outros dois parceiros do projeto, Sesc Pantanal e a Brigada Aliança.
De janeiro a julho deste ano, foram registrados 746 focos de incêndios no Pantanal em Mato Grosso do Sul. Os números começaram a subir a partir de julho, quando foram contabilizados 278 focos de calor, destes 128 somente em Corumbá.
Com reforço de equipamentos e brigadistas desde o incêndio ocorrido em 2020 no bioma, quando foram queimados quatro milhões de hectares, a preocupação é com a logística. Além da base fixa, o governo estadual solicitou apoio do Ministério do Meio Ambiente de helicópteros para levar as equipes a lugares de difícil acesso.
Pior Silvia Frias