Incêndio no Pantanal ameaça projeto social para crianças ribeirinhas

Cem bombeiros devem ser deslocados para a região de Corumbá (MS) para combater o fogo, que já atingiu casas

Um incêndio de grandes proporções em Corumbá (MS), no Pantanal, se aproximou da Escola Rural de Ensino Fundamental Jatobazinho, iniciativa que atende a dezenas de filhos de ribeirinhos do rio Paraguai.

Descontrolado, o fogo na região já dura ao menos duas semanas e cercou as instalações da escola nesta terça-feira (21). Praticamente toda a mata do entorno já foi destruída, segundo a administração. O fogo já atingiu também casas de ribeirinhos.

O Corpo de Bombeiros enviará nesta quarta-feira cem homens para reforçar os combates na região, segundo Márcio Yule, coordenador em Mato Grosso do Sul do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), do Ibama.

Com o reforço, o Prevfogo vai deslocar o efetivo de 14 brigadistas que estão no local para combater o fogo na margem oposta do rio Paraguai. O objetivo é evitar que esse incêndio chegue até a vizinha Serra do Amolar, uma das regiões mais preservadas do Pantanal e que já sofreu com a queimada recorde de 2020.

Além dos bombeiros e do Ibama, as chamas, que arrefeceram no final da tarde, vêm sendo combatidas por brigadistas do IHP (Instituto do Homem Pantaneiro) e por ribeirinhos e funcionários da escola, que foram capacitados no ano passado e equipados pela ONG Ecoa.

Mantida pelo Instituto Acaia, a escola Jatobazinho funciona em regime de alternância: as crianças chegam de barco de suas casas, ficam na instituição de segunda a sábado, passam o fim de semana com a família e retornam no início da semana. Tudo é feito de forma gratuita.

O Pantanal enfrenta o terceiro ano seguido de seca, agravada por fortes geadas. Várias regiões já sofreram com grandes incêndios, como o município de Porto Murtinho e a terra indígena Kadiweu, ambos em Mato Grosso do Sul.

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