Impulsionada por outras feiras, Agrishow pode até dobrar faturamento bilionário

Máscaras não são obrigatórias

Após alcançar R$ 2,9 bilhões em intenções de negócios em 2019, na última edição presencial antes da pandemia, organizadores e expositores da 27ª Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) esperam dobrar o faturamento neste ano.

Com um público estimado em 150 mil visitantes brasileiros e estrangeiros, a Agrishow acontecerá entre esta segunda (25/4) e a sexta (29), das 8h às 18h, em Ribeirão Preto (interior de São Paulo). Os ingressos custam R$ 65 (na bilheteria) e R$ 55 (compra pelo site, até este domingo), com direito a meia-entrada para pessoas a partir de 60 anos e estudantes.

A feira está localizada na rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Km 321. O estacionamento custa R$ 55 (convencional), R$ 70 (vans e ônibus) e R$ 75 (VIP). É preciso apresentar comprovante de vacinação completo ou resultado negativo de teste PCR, feito até 48 horas antes, ou antígeno, feito 24 horas antes da visita. Máscaras não são obrigatórias.

O otimismo para o evento de Ribeirão Preto é justificado pelo desempenho de outras exposições agrícolas já realizadas em 2022.

O 34º Show Rural Coopavel, realizado em fevereiro na cidade de Cascavel (PR), teve o melhor desempenho da sua história, com R$ 3,2 bilhões em negócios. Em 2020, foram R$ 2,7 bilhões. O público também surpreendeu: eram esperados 150 mil visitantes, mas foram 285 mil.

Já a 22ª Expodireto Cotrijal, que ocorreu em março na cidade de Não-Me-Toque (RS), recebeu 263 mil visitantes, o que representa um aumento de 3% sobre o público de 2020. A organização estima que R$ 4,9 bilhões foram movimentados neste ano, ante os R$ 2,6 bilhões da edição anterior -realizada pouco antes do início da pandemia.

No último dia 8, o Tecnoshow Comigo, evento de Rio Verde (GO), anunciou movimentação de R$ 10,6 bilhões em negócios, com 128 mil visitantes -ante R$ 3,4 bilhões e 118 mil presentes em 2019.
Apesar de as vendas de máquinas e implementos não terem sido paralisadas na pandemia, representantes do setor afirmam que nada substitui o contato pessoal para o fechamento de negócios.

“Ver a tecnologia e ter o suporte financeiro próximo faz com que o produtor tenha confiança para investir cada vez mais em soluções tecnológicas que vão agregar valor e sustentabilidade às suas operações”, disse o diretor de vendas da John Deere Brasil, Marcelo Lopes.

Para ele, o produtor está cada vez mais atento ao planejamento e comprando seu maquinário com antecedência, o que antes não acontecia com tanta frequência.
João Carlos Marchesan, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), que é uma das realizadoras da Agrishow, acredita que o evento de Ribeirão Preto tem potencial para superar feiras já realizadas neste ano.

“Participei das feiras de Cascavel, Não-Me-Toque e Rio Verde. Foram feiras grandes, mas claro que houve o impacto da seca que a região Sul atravessou”, afirmou Marchesan.
Diretor de mercado Brasil da New Holland Agriculture, Eduardo Kerbauy disse que é difícil cravar um número de negócios fechados, já que o ano será de retomada.

“Existem alguns problemas, como o desajuste na cadeia de suprimentos, mas acreditamos que o volume de vendas será maior do que em 2021”, diz o executivo. “Existe sim a possibilidade de dobrar o faturamento devido ao incremento de custos e, consequentemente, de preços ao consumidor final, aliado ao potencial de crescimento das vendas desde 2019 até agora.”

Embora não haja uma previsão oficial da organização, Maurilio Biagi Filho, presidente de honra da feira agrícola, disse num evento em abril estimar que a movimentação alcance R$ 6 bilhões.
O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), que é formado em engenharia agronômica e ex-secretário da Agricultura de São Paulo, disse que a feira permitirá ver a aceleração das tecnologias.

“Nas anteriores, até 2019, sempre se fazia a conta de que o salto tecnológico demorava sete anos para acontecer, mas agora a obsolescência dos equipamentos está sendo de três a quatro anos.”

Questionado pela Folha sobre as perspectivas de negócios, o presidente da feira, Francisco Matturro, atual secretário da Agricultura paulista, afirmou que “teria de chutar” para responder. “E eu não chuto. Acho que a gente vai alcançar um grande volume, vai superar [2019].”

A previsão inicial da organização é que a Agrishow atraia 150 mil visitantes brasileiros e estrangeiros, total semelhante aos dos últimos anos.
Além dos setores que historicamente mais despertam atenção dos visitantes, como máquinas agrícolas, aviões e picapes de luxo, neste ano haverá também uma pista para caminhões autônomos.

Ribeirão tem 17 mil leitos de hotéis e todos estão lotados para os cinco dias da feira, mesmo com o valor da diária tendo dobrado em alguns casos em relação à baixa temporada. Cidades vizinhas na região metropolitana, como Sertãozinho e Batatais, têm recebido visitantes e expositores da feira em suas redes hoteleiras.

Estacionamentos alternativos

Além do estacionamento no local, haverá estacionamentos alternativos e com transporte gratuito dos visitantes (transfer), localizados nos endereços abaixo:

Hotel Mont Blanc (av. Maurílio Biagi, 1577 – Ribeirânia, Ribeirão Preto – SP, 14096-075); Hotel W Garden (av. Wladimir Meirelles Ferreira, 856 – Jardim Botânico, Ribeirão Preto – SP, 14021-630); Arena Eurobike (av. Costábile Romano, S/N – Santa Cruz, Ribeirão Preto – SP, 14096-079) O valor da diária destes estacionamentos alternativos será o mesmo aplicado na Agrishow.

Por Marcelo Toledo

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