Grupo responsável por desvio de recursos em hospital de MS é alvo da PF
Ao todo, estão sendo cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, nos estados de São Paulo, Goiânia, Brasília e Mato Grosso do Sul
A Polícia Federal no Mato Grosso do Sul, a Receita Federal e a Controladoria Geral da União, deflagram, na manhã desta quarta-feira (4/8) a Operação SOS-Saúde, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em falsificação de documento e peculato.
Ao todo, estão sendo cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, em 25 endereços nos estados: São Paulo, Goiânia, Brasília e na capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande.
As investigações da PF começaram em fevereiro de 2019, para apurar irregularidades praticadas por uma Organização Social (entre agosto de 2016 e julho de 2017) responsável por administrar o Hospital Regional Dr. José Simone Netto, localizado em Ponta Porã (MS).
Conforme apurado pela PF, a Organização Social firmou em agosto de 2016, contrato de gestão com o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul e por meio desse instrumento contratual passou a receber elevados valores com o compromisso de gerenciar o Hospital Regional de Ponta Porã. Contudo, recursos que deveriam ser aplicados na saúde eram desviados para empresas vinculadas aos próprios dirigentes da Organização.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, a Organização Social sem fins lucrativos, cresceu exponencialmente desde a sua fundação (em 2011) e passou a administrar diversas unidades de saúde espalhadas por vários Estados da Federação (MS, PB, SP, BA, GO, MT). Segundo apuração da PF, os valores financeiros recebidos somam quase 1 bilhão de reais entre 2014 e 2019.
Os alvos da ação são os gestores da Organização Social que administrava o Hospital; empresas que receberam irregularmente valores financeiros e seus respectivos sócios-administradores; além de dois contadores e seus escritórios de contabilidade.
Operação SOS-Saúde
Batizada de Operação SOS-Saúde, o nome faz alusão tanto ao principal investigado, que se trata de uma Organização Social (OS) que deveria fazer o correto emprego das verbas públicas destinadas à área da saúde, bem como a socorro (sigla SOS) prestado pelas instituições de controle ao serviço de saúde pública.
Em razão da atual crise de saúde pública, foi adotada logística especial de prevenção do contágio com distribuição de EPI’s a todos os envolvidos, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas e investigados.
Participam da ação 112 Policiais Federais, 54 servidores da Receita Federal e 16 da Controladoria Geral da União.