Filha de defensor público é impedida de entrar em shopping ao ser confundida com pedinte
Defensor Público e pai da adolescente registrou boletim e disse que a filha sofreu racismo
Um defensor público utilizou as redes sociais para denunciar um caso de racismo. Segundo o relato de Adriano Leitinho, na última quarta-feira (22/9), sua filha de 16 anos foi impedida de entrar em um shopping de Fortaleza por ser negra.
A jovem foi até o Shopping Pátio Portugaleria, no Bairro Cocó e, no local, teria sido confundida com uma pedinte e barrada pela segurança da unidade.
“Ela [a segurança] disse que eu não podia estar pedindo dinheiro ali e eu não entendi. Eu questionei ‘[a padaria] está fechada? Não pode mais fazer pedido?’. Aí, ela disse ‘não, não pode pedir aqui dentro’, aí eu entendi o que ela estava querendo dizer”, disse adolescente Mel Campos, em entrevista à TV Verdes Mares.
Ainda segundo a adolescente, ela só conseguiu entrar na unidade após se explicar.
“Eu falei: ‘não moça, eu sou cliente, eu vim aqui comprar’. Eu tentei explicar a situação, aí ela pediu desculpas, e eu entrei”, contou.
O defensor acionou a Delegacia da Defesa da Criança e do Adolescente e registrou uma notícia-crime.
“A segurança tratou a minha filha como pedinte apenas por ser negra, ligando a cor à pobreza, o que é inadmissível e é racismo. Minha filha estava voltando do jiu jitsu de kimono, com sua mochila nas costas. Não estava pedindo nada a ninguém. E mesmo se estivesse não justificava a abordagem racista e discriminatória”, afirmou à TV.
Identificada como a gerente do shopping, Lúcia Alves, reconheceu o episódio e disse que se desculpou com o pai e a adolescente.