Falta de medicamentos já atingiu 11 mil pacientes em 2022, diz entidade – Mais Brasília
FolhaPress

Falta de medicamentos já atingiu 11 mil pacientes em 2022, diz entidade

Lista inclui 80 medicamentos de alto custo

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Ao menos 11 mil pacientes com doenças crônicas que fazem uso contínuo de medicação ficaram sem receber os remédios entre 1º de janeiro e 16 de maio deste ano.

Os dados são de um levantamento do Movimento Medicamento no Tempo Certo, da Biored Brasil. A ONG, que reúne associações de pacientes de todo o país, recebeu as queixas por meio de um formulário eletrônico.

São pessoas que convivem com enfermidades como, doença de Crohn, artrite reumatoide, lúpus e osteoporose. O movimento recebeu 11.868 relatos de todos os estados e do Distrito Federal dentro do período analisado.

A lista inclui 80 medicamentos de alto custo em farmácias. Segundo a entidade, mais de 75% deles são de compras centralizadas e de responsabilidade do Ministério da Saúde.
O infliximabe 100mg, por exemplo, chega a custar cerca de R$ 5.000 a unidade. Ele é indicado para quem vive com doença de Crohn -em maio deste ano, 512 pacientes relatam falta dos comprimidos.

Há ainda os comprimidos usados por pacientes transplantados como micofenolato de mofetila e micofenolato de sódio, que chegam a custar cerca de R$ 700 e R$ 180, respectivamente. Até o dia 16 do último mês, 191 pessoas não tiveram acesso a eles.

Os relatos de falta de medicamentos cresceram gradativamente ao longo do ano. Em janeiro e fevereiro foram 2.801 reclamações. Só em março, esse número subiu para 2.400. No mês seguinte, as queixas saltaram para 3.197. E até o dia 24 de maio, 3.470 pacientes relataram não ter conseguido acesso aos comprimidos.

O Ministério da Saúde diz que “entregou ao estado de São Paulo o quantitativo para atendimento dos meses de abril e maio do medicamento infliximabe 100 mg. O quantitativo restante aguarda entrega do laboratório, prevista contratualmente para o início do mês de junho”.
Questionada sobre os outros medicamentos e as outras regiões do país, a pasta não respondeu.

Por Mônica Bergamo