Empresário diz à PF que reagiu a ofensas e 'afastou' filho de Moraes, afirma advogado – Mais Brasília
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Empresário diz à PF que reagiu a ofensas e ‘afastou’ filho de Moraes, afirma advogado

O episódio aconteceu no aeroporto internacional de Roma, na Itália, na última sexta-feira (14)

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A defesa de Roberto Mantovani Filho, 71, suspeito de hostilizar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e sua família, diz que o empresário relatou em depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (18) ter reagido a ofensas e “afastado” uma pessoa que seria filho do magistrado.

Segundo o advogado Ralph Tórtima, porém, ele nega ter havido um empurrão ou agressão e afirma que agiu após sua esposa ter sido desrespeitada. Diz que não houve motivação política e que, em meio ao desentendimento, a família nem sabia se tratar de pessoas ligadas a Moraes.

O episódio aconteceu no aeroporto internacional de Roma, na Itália, na última sexta-feira (14). O ministro relatou ter sido chamado de “bandido”, “comunista” e “comprado” por um grupo e que seu filho -de 27 anos- sofreu uma agressão, fazendo com que os óculos caíssem no chão.

“Ele nega que tenha havido o empurrão. Ele disse que em razão de ofensas que eram proferidas à sua esposa, ele afastou essa pessoa, que ele sequer sabia quem era, mas era uma pessoa que fazia ofensas bastante pesadas, muito desrespeitosas a sua mulher. Posteriormente, teria sido dito a eles se tratar do filho do ministro Alexandre de Moraes, mas é algo que não sei dizer se de fato é filho dele”, disse o advogado de Mantovani.

O empresário prestou prestou depoimento por mais de duas horas à PF na manhã desta terça em Piracicaba (interior de SP). Depois dele, a esposa, Andreia Munarão, também dará sua versão aos policiais.

O casal estava acompanhado em Roma de Alex Zanata Bignotto, seu genro, e de Giovanni Mantovani, seu filho. No domingo (16), Bignotto prestou depoimento por duas horas à PF e negou a acusação de ofensas ao ministro.

Segundo a defesa, a família chegou ao aeroporto da capital italiana, para embarque ao Brasil, cinco horas antes do voo e procurou uma sala VIP. Em um primeiro espaço, afirmou o advogado, o grupo foi informado que estava cheio. Assim, decidiram buscar outro.

Ele afirma que a família seguiu adiante e teria cruzado com Moraes e seus familiares enquanto buscavam outro local para ficar. Nesse momento, uma das pessoas que acompanhavam o ministro teria entrado em atrito com Andreia, segundo a defesa da família.

De acordo com o advogado, Roberto afirmou que houve um “entrevero” e que não houve contato com Alexandre de Moraes.

“O senhor Roberto deixou claro que jamais proferiu em momento algum qualquer ofensa direcionada ao ministro. Realmente, reconheceu que houve um entrevero com um jovem que estava ali no local e que esse jovem eles sequer sabiam quem era”, afirmou.

Segundo o defensor, Mantovani viu o ministro, comentou com a família que ele estava ali e viu que havia brasileiros filmando o magistrado. Em um segundo momento, ele e os familiares voltaram pelo caminho da sala VIP.

“Eles retornam porque esse era o único corredor. Quando eles retornam, eles são novamente abordados por essa pessoa que aparentemente no sentir do senhor Roberto os aguardava, ele novamente veio com ofensas direcionadas a sua esposa”, disse o advogado.

Ainda conforme o defensor, seu genro e seu filho apartam a situação e, só depois, é que seriam abordados pela Polícia Federal.
O advogado da família de Mantovani afirmou que seus clientes estavam “apenas passando e houve um encontro fortuito”.

Moraes participou na Itália de um fórum internacional de direito realizado na Universidade de Siena. Ele compôs mesa no painel Justiça Constitucional e Democracia, da qual participou ainda o ministro André Ramos Tavares, integrante também do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Na área de embarque do aeroporto internacional de Roma, os responsáveis pelas hostilidades se aproximaram e dirigiram ofensas ao ministro, segundo investigadores.