Elba Ramalho e Suzana Gullo lembram câncer de mama e dão dicas no Outubro Rosa
Cantora e empresária superaram doença e alertam sobre diagnóstico precoce
Definitivamente, a mulher que a influenciadora Suzana Gullo, 45, era antes de ter um câncer de mama é diferente da de hoje em dia, cinco anos após sua total cura.
Suzana diz que a doença mudou por completo a sua personalidade. “Eu era uma pessoa muito mais egoísta antes, focada só em mim. E hoje vejo beleza em todos os aspectos da vida e nos momentos com a família, vivo o agora”, revela ela que é mãe de três filhos e se considera uma sobrevivente.
Outubro é o mês da conscientização do câncer de mama, popularmente conhecido como Outubro Rosa, quando orientações sobre a importância do diagnóstico precoce são exaltadas. Porém, trata-se de algo importante a levar em consideração em qualquer época do ano.
Suzana descobriu o câncer de mama em março de 2016 com a ajuda de seu marido, o apresentador Marcos Mion, 42. Em janeiro daquele ano, foi ele quem percebeu um caroço ao apalpar seu seio. Daquele dia em diante, a influenciadora iniciou uma série de idas a médicos e exames até a detecção de um tumor maligno.
“Fiz ressonância e pulsão. Como tive diagnóstico precoce eu fiz cirurgia antes do tratamento. Tirei o tumor e esperei resultado para saber se faria ou não quimioterapia. Foi o período mais difícil da minha vida. Nenhuma mulher deseja passar por químio, temos medo do cabelo cair, da finitude da vida”, recorda.
Ela lembra que esse período trouxe a ela muita preocupação. “Só pensava nos meus filhos. Antes dos 40 anos, com câncer, será que vou conseguir enfrentar? Meus filhos não poderiam ficar sem a mãe. Tive muito apoio do Marcos, dos meus pais. Durante tratamento não passei muito bem, fiquei muito tempo em casa. O que me salvou foi minha fé”, revela.
Católica, Suzana começou a frequentar missas quase que diariamente. Ela preferiu passar por esse momento de forma mais introspectiva. Foi uma fase de muitas reflexões. “Queria contar às mulheres a minha experiência, mas depois que acabasse tudo. Não me sentia forte o suficiente para falar sobre a doença enquanto lutava contra ela”, lembra.
Foi depois da última sessão de químio que ela se sentiu preparada para enfrentar os olhares alheios. “Hoje em dia faço esse serviço às mulheres de sempre falar da importância do diagnóstico precoce. Por isso fui curada. Missão então é passar ao maior número possível de mulheres essa informação”, afirma.
Fato semelhante aconteceu com a cantora Elba Ramalho, 70. Em 2010, Elba passou por uma cirurgia para a retirada de um nódulo maligno na mama. Mesmo após se curar, ela revela que até hoje tem dificuldade em pronunciar o nome da doença por conta de toda a bagagem negativa pela qual passou.
“É curioso falar daquele momento, pois já se passaram mais de dez anos e parece que foi mais recente. Acho que passei pela fase da negação, da aceitação e, finalmente, da superação”, relembra.
“Minha vida sempre foi muito agitada, muitos compromissos. É no palco que eu canto, que eu troco boas vibrações e proporciono alegria para as pessoas. De uma hora para outra, eu tive que abdicar disso. É meio que um paradoxo: para me curar, eu tinha de abrir mão do que mais me dava alegria.”
Hoje em dia ela repete que o mais importante é ter um diagnóstico rápido e conta que cresceu muito com toda essa história. “Minha mensagem às mulheres é de fé, de otimismo e de superação. Quando participo de debates ou encontros sobre Outubro Rosa, tenho a consciência de que a minha crença, minha fé e determinação me ajudaram muito”, avalia.
Ela reforça que o autoexame é primordial para saber o quanto antes se há algo errado com a pessoa. “Temos que quebrar o tabu de que câncer é uma sentença de morte, não é nada disso. É uma doença que deve ser tratada e, quanto mais cedo iniciar o tratamento, melhor o resultado. Temos força para superar adversidades.”
Essa não foi a primeira nem a última adversidade pela qual Elba passou. “Tenho alimentação saudável, faço meditação, tenho boa capacidade física, mas isso não foi suficiente para evitar um câncer de mama”, conta.
“Ter fé, independentemente da crença, é fundamental. Eu tive Covid, chikungunya, H1N1 e outras mazelas. Não escolhi ter doenças, mas tive de aceitar com resignação e fé na cura”, afirma.
Suzana Gullo também diz ter evoluído com tudo o que passou e manda um recado a quem esteja passando por algo semelhante. “O câncer de mama tem cura. Meninas, se cuidem, mantenham uma rotina médica, façam autoexame pelo menos uma vez ao mês. Se já estiver na época de mamografia anual não deixem de fazer”, reforça.
“A Suzana de hoje comparada com a de antes do câncer é uma mulher mais forte que acredita que a força está dentro dela e não se deixa abalar por nenhum obstáculo da vida”, finaliza.
Por Leonardo Volpato