Defesa Civil interdita Centro de Tratamento dos Correios em Contagem, MG – Mais Brasília
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Defesa Civil interdita Centro de Tratamento dos Correios em Contagem, MG

Ao MB, funcionários informaram que o problema que ocasionou a interdição desta segunda é antigo, tem mais de um ano

Foto: Elias Ramos/Divulgação

A Defesa Civil de Contagem, em Minas Gerais, interditou, no início da noite desta segunda-feira (14), o Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE) de Contagem. A informação foi confirmada ao portal Mais Brasília (MB) pelo coordenador da Defesa Civil da região, João Batista.

“A nossa equipe interditou o local. Acredito que dentro de 30 minutos teremos um laudo da engenharia. Porém, amanhã de manhã faremos um relatório mais detalhado que será encaminhado à Secom e apresentado à imprensa”, revelou Batista ao MB.

O CTCE Contagem, um dos maiores centros de tratamento dos Correios no país, opera diariamente em três turnos, com aproximadamente 870 funcionários trabalhando para atender [tratar as encomendas] 638 cidades do interior de Minas Gerais.

Ao MB, funcionários informaram que o problema que ocasionou a interdição desta segunda é antigo, tem mais de um ano.

“Tinha uma rachadura do lado de fora, já tem mais de um ano. Aí eles [gerência] colocaram uma espuma. Semana passada a rachadura abriu mais e na sexta uma das colunas teve uma dilatação e as colunas se abriram.”

Antes de a Defesa Civil interditar o lugar, o prédio já tinha sido evacuado, segundo os funcionários, pela própria gerência local, que também adiantou aos trabalhadores que nesta segunda (14) e também amanhã, terça (15), o CTCE Contagem não funcionaria. Por deixar de funcionar nesta segunda (14), o CTCE Contagem já acumula – somente hoje – cerca de 55 mil objetos, que deixaram de ser encaminhados para as unidades do interior de Minas Gerais.

Recentemente o local foi palco de uma polêmica envolvendo a presidência dos Correios, com sede em Brasília. Isto porque um senador mineiro, Cleitinho (Republicanos-MG), decidiu entrar no local para mostrar que as doações feitas pela população ao estado do Rio Grande do Sul para as vítimas da tragédia das chuvas ainda não tinham sido entregues.

Na ocasião, o senador registrou vídeos em que ele acessa o local. Após o ocorrido, a presidência da estatal chegou a veicular na imprensa que teria acionado a Polícia Federal (PF) para cuidar do caso do senador. À época, ao portal MB, o senador disse que ainda não teria sido intimado pela PF. Ainda à época, o MB igualmente questionou a assessoria de imprensa dos Correios, sem sucesso.

Um mês antes de Cleitinho (Republicanos-MG) revelar o caso das doações estocadas em Contagem e ainda não entregues ao Rio Grande do Sul, o portal MB, com exclusividade, narrou o caso das doações não entregues que estavam estocadas em diversos locais do país, como em São Paulo, Brasília, Minas, entre outros. Igualmente à época, a redação questionou os Correios sobre as doações e não obteve resposta.

 

INSALUBRIDADE

Sobre a insalubridade do prédio, o portal MB ainda questionou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (SINTECT-MG), Robson Silva, conhecido por Robson do Correio. O sindicalista afirmou ao MB que este prédio é totalmente insalubre.

“Quando o local foi adquirido, denunciamos diversas vezes o quão insalubre seria trabalhar naquele local.”

Robson Silva ainda ressaltou à reportagem do MB que o sindicato já havia “denunciado as rachaduras e a falta de estrutura para o labor naquele local.” E acrescenta: “Muitos Trabalhadores que foram obrigados a prestar serviço lá no Carandiru, como é conhecido, até pediram demissão pra não ir pra aquele local.”

E reitera: “A nossa preocupação é com a integridade dos trabalhadores. Retirar todos de lá imediatamente é o mínimo que a Empresa pode fazer. Amanhã vamos conversar nos setores de trabalho e escutar os trabalhadores sobre a situação.”

SEGURANÇA NO CTCE

Para além do risco de desabamento, o presidente do SINTECT-MG pontua que “não há restaurante no local, não há condução (ônibus) que vá até o local, obrigando os trabalhadores andarem 2 km do ponto de ônibus na BR-040 até a porta do CTCE Contagem e vice versa.” E continua: “O risco de andar por um local ermo, principalmente a noite, para as mulheres que trabalham neste prédio é imenso.”

*Esta matéria foi atualizada às 23h13, com a posição do SINTEC-MG