Criança calada e introvertida, Lázaro Barbosa chamava a atenção de vizinhos ao dizer que gostava de matar

Relatos de moradores do povoado de Melancia revelam detalhes do perfil de Lázaro Barbosa

Introvertido e muito calado. Assim é descrito Lázaro Barbosa, 32 anos, pelos moradores do pacato povoado Melancia, parte rural do município Barra do Mendes, próximo à Chapada Diamantina. Melancia está no interior do sertão baiano e fica a 8 km de Barra do Mendes. Foi lá que Lázaro Barbosa nasceu, morou durante toda a infância e cometeu os primeiros assassinatos: um duplo homicídio em 2008, lembrado pelos moradores locais como uma das noites mais pavorosas da história da região.

Foi na madrugada do dia de 17 de outubro de 2008, quando tinha ainda 20 anos. Depois de ter bebido durante toda a noite, Lázaro assassinou José Carlos Benício, o Carlito, e depois assassinou outro homem, conhecido como seu Manoel.

Antes de cometer os crimes, Lázaro foi à casa do padrasto, Getúlio José de Souza, apontou uma espingarda em direção a ele, o ameaçou e mandou que ele cozinhasse, alegando estar com fome. A história do duplo assassinato assombra os moradores locais até os dias de hoje. Muitos deles vão além, e relembram como era o jeito de Lázaro Barbosa na infância.

Lázaro Barbosa

Calado e com sede de matar

“O que me chamou atenção uma vez foi quando ele disse que tinha prazer em matar. Fiquei assustada, mas não levei a sério porque era só uma conversa de criança”, disse à imprensa uma ex-vizinha do serial killer do DF, que não quis se identificar, por medo.

As palavras da mulher fazem jus ao que revelam outras pessoas do povoado Melancia. Como o agricultor Jurandir Antunes, que afirma que “o rapaz sempre foi bruto, mas muito calado”. E ainda acrescenta: “Aqui em Melancia todo mundo tem medo dele voltar”, diz o agricultor Jurandir Antunes.

Fama de calado também em Girassol

O jeito calado de Lázaro também chama a atenção de quem o conheceu já adulto, em Girassol, distrito de Cocalzinho, onde está instalada a base operacional da força-tarefa policial, montada especialmente para a realização das buscas e captura do foragido.

“Ele é fechado mesmo, calado. Meu marido trabalhou com ele já. Nós todos aqui em Girassol o conhecemos. Mas não sabíamos dessas coisas. Ele dizia que tinha assassinato nas costas e só. E como sempre foi muito fechado, ninguém nunca imaginou tudo isso”, afirma a funcionária de um pequeno salão em Girassol, ao lado da base policial.

As buscas pelo paradeiro de Lázaro Barbosa completam quinze dias e  são realizadas nas regiões de Girassol e Edilândia.

 

 

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