Brasileira presa na Tailândia há mais de um mês ainda não teve contato com a família – Mais Brasília
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Brasileira presa na Tailândia há mais de um mês ainda não teve contato com a família

Segundo o advogado da jovem, ela aguarda a liberação das autoridades tailandesas para falar com os familiares por videoconferência

Foto: Reprodução

Presa há mais de um mês na Tailândia sob acusação de tráfico de cocaína, Mary Hellen Coelho Silva, 21, ainda não conseguiu falar com a família no Brasil.

Segundo o advogado Telêmaco Marrace, um dos responsáveis pela defesa da jovem, ela aguarda a liberação das autoridades tailandesas para falar com os familiares por videoconferência.

Mary Hellen teve Covid e ficou em isolamento até o último dia 10. Ainda de acordo com Marrace, o agente consular da embaixada do Brasil na Tailândia já teve contato com a brasileira para verificar como estão a saúde psicológica e a integridade física da jovem.

“A Tailândia hoje está passando pela quinta onda da pandemia e também está com uma superpopulação carcerária, então tem que haver uma programação e um agendamento. Assim que eles disponibilizarem a videoconferência, ela terá acesso aos familiares”, afirma Marrace.

O advogado que atua na defesa de Mary Hellen disse que está em contato com um escritório de advocacia na Tailândia, negociando para que eles assumam o caso de forma pro bono (sem custos). Caso não haja um acordo, a jovem terá direito a um defensor público, por meio da embaixada brasileira e das autoridades tailandesas.

“Nós precisamos de um apoio na Tailândia para fazer o papel de lá, porque a família não tem condições financeiras [de pagar um advogado particular no país asiático] e eu não tenho condições de ir para Bancoc”, explica. “Então, tem que ser um advogado estabelecido em Bancoc que aceite fazer pro bono, para dar essa assistência à Mary Hellen.”

Nos próximos dias deve ser marcada uma audiência preliminar para ouvir a brasileira. Segundo Marrace, a defesa acredita que a jovem possa preencher os requisitos legais para pleitear um perdão, concedido anualmente pelo rei da Tailândia.

“Ela é ré primária e alega que foi enganada, que não sabia do conteúdo que existia dentro da mala. Então, se nós conseguirmos provar tudo isso perante às autoridades tailandesas, existe essa possibilidade de ela conseguir o perdão real.”

Mary Hellen é natural de Pouso Alegre (MG), cidade a cerca de 400 quilômetros de Belo Horizonte. Ela e mais dois brasileiros foram presos no dia 14 de fevereiro, após terem sido flagrados com 15,5 quilos de cocaína ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi em Bancoc -a mineira com um rapaz em um voo e outro jovem num segundo voo, horas mais tarde.

O governo tailandês suspeita que os três façam parte de um grupo, porque a droga -que junta é avaliada em 46,5 milhões de bahtes (R$ 7,4 milhões)- estava escondida da mesma maneira.

Um dos homens foi identificado como Jordi Vilsinski Beffa, 24, de Apucarana (PR). O advogado dele, Petrônio Cardoso, também estava em busca de um profissional tailandês que aceitasse defender Jordi de graça no país ou mediante um pagamento mínimo.
Na ocasião da prisão, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que “acompanha a situação e presta toda a assistência cabível, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”.

Segundo o Itamaraty, dados de dezembro de 2020 -os mais atualizados- mostravam que havia 3.138 brasileiros presos ou detidos no exterior. Na Tailândia, o número chegava a nove pessoas.

Por Isac Godinho