Bolsonarista arrependido viraliza ao analisar preços no mercado
Empresário atacou ex-presidente e Paulo Guedes
Responsável por um vídeo com um desabafo sobre Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes que viralizou nas redes sociais, Jackson Villar, de 43 anos, é um apoiador de longa data do ex-presidente. O empresário — que agora ataca a dupla com veemência — já chegou, inclusive, a ser alvo de decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por compartilhar conteúdos que desacreditavam o sistema eleitoral, em discurso alinhado ao do antigo chefe do Executivo. Villar também organizou motociatas de apoio a Bolsonaro e articulou bloqueios em estradas após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado.
O ex-apoiador de Bolsonaro foi candidato a deputado federal pelo Republicanos nas últimas eleições, mas teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral por não ter prestado contas de sua candidatura anterior, em 2018. Ao apresentar sua postulação mais recente, ele declarou ser comerciante, mas não informou nenhum item em sua lista de bens, a exemplo do que já havia acontecido quatro anos antes.
A publicação que repercutiu a partir do último domingo alcançou, em apenas 24 horas, cerca de 1 milhão de visualizações no perfil do empresário no TikTok. Gravado em um supermercado, o vídeo traz Villar comentando o preço de produtos à venda no local — ele cita, por exemplo, uma garrafa de óleo, que teria baixado de “quase R$ 15” para R$ 5.
“Por que no seu governo você não conseguia baixar essa p*? Hein, miserável? Esse Paulo Guedes tinha que ser preso, esse cara tinha que pagar pelo que ele fez com o país, ele ferrou o país”, diz o dono do perfil nas imagens. Ele continua: “Contra-filé a R$30. Está vendo aí? Eu peguei logo três peças. Tudo caro. O pão, que aqui eram R$12, caiu para R$5. Como é que eu fui tão trouxa de apoiar uns cretinos desses? Bota na cadeia”.
Até o ano passado, porém, o tom ainda era outro. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes chegou a determinar a derrubada de grupos de transmissão administrados no Telegram por Jackson Villar, que tem nome de registro Jarkson Vilar da Silva. Apenas um deles, chamado “Nova Direita 70 milhões”, tinha 182 mil membros.
Em áudios revelados pela Agência Pública, o então bolsonarista insinuava que havia uma fraude eleitoral em curso para beneficiar Lula e incitava seguidores a “quebrar as urnas no pau”, além de estimular violência contra eleitores do então candidato petista. “Ele só respeita o medo, ele só respeita o cacete”, justificava.