Atos por justiça a Moïse são convocados no Rio e em São Paulo
Mais 150 entidades apoiam as manifestações
Atos pedindo justiça por Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, jovem congolês espancado e morto no Rio de Janeiro, foram convocados na capital fluminense e em São Paulo para o sábado (5).
Na capital paulista, o ato será em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, às 10h. Já no Rio, no mesmo horário, a manifestação será em frente ao quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, onde Moïse trabalhava e onde foi morto.
Estão envolvidos na organização dos atos a comunidade congolesa, comunidade imigrante e movimentos negros de São Paulo. Até o momento, mais de 150 entidades apoiam as manifestações, como Anistia Internacional Brasil, Coalizão Negra por Direitos, Coletivo de Mães da Maré, Grupo Tortura Nunca Mais-RJ e Viva Rio.
Ele foi agredido por ao menos quatro pessoas no último dia 24. Segundo a família, isso aconteceu após Moïse pedir salários atrasados no local, onde trabalhava como ajudante de cozinha.
No sábado (29), amigos e familiares fizeram uma manifestação em frente ao quiosque. Eles seguravam cartazes pedindo justiça e dizendo que a comunidade congolesa no Brasil não vai se calar.
Nesta terça-feira (1º), a Polícia Civil prendeu ao menos três homens suspeitos de envolvimento na morte de Moïse.
Um deles, identificado como Fábio, foi detido na noite desta terça na casa de parentes no bairro de Paciência, também na zona oeste. Ele é vendedor de caipirinhas na praia e confessou aos agentes que deu pauladas no jovem, segundo a polícia.
Outro homem, que é funcionário do quiosque vizinho e não teve o nome divulgado, havia se apresentado na 34ª delegacia (Bangu) pela manhã junto da família.
O terceiro suspeito também não teve sua identidade divulgada pela polícia.
Os mandados cumpridos são de prisão temporária por homicídio duplamente qualificado, segundo o delegado Henrique Damasceno, titular da Delegacia de Homicídios da Capital. Também foram realizadas oitivas com os suspeitos.
Os advogados do dono do quiosque afirmam que ele não tem qualquer relação com o assassinato e dizem que ele estava em casa no momento das agressões. Eles negam que o motivo da briga tenha sido a cobrança de diárias de serviço ao quiosque, como sustenta a família da vítima.
“Não existe dívida alguma”, declarou o advogado Darlan Santos de Almeida à imprensa na porta da 16ª delegacia, argumentando que outros depoimentos colhidos pela polícia corroboram isso.