Ação de militares na Amazônia será estendida por 45 dias para cobrir época das queimadas, diz Mourão

O Brasil teve o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia na série histórica recente

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse nesta terça-feira (24) que as ações das Forças Armadas para preservação ambiental na Amazônia serão estendidas por 45 dias.
A ideia é cobrir o período de maior incidência de queimadas na região, afirmou Mourão, que preside o CNAL (Conselho Nacional da Amazônia Legal).

“Do recurso inicialmente solicitado, uma vez que demorou para chegar, sobrou recurso. Então temos condições de estender por mais 45 dias. É o período crítico que nós vamos enfrentar agora na questão de queimadas, principalmente na Amazônia”, disse ele à imprensa.

A ação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que permite a presença dos militares na região se encerraria no fim de agosto. Mesmo sem resultados expressivos em anos anteriores, o governo voltou a apostar nas Forças Armadas em 2021 para combater o desmatamento.

O Brasil teve o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia na série histórica recente. Com relativamente pouca diferença, somente o período de 2019-2020 foi mais destrutivo para o bioma. Os dados do Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), apontam que, de agosto de 2020 a julho de 2021, foram derrubados cerca de 8.712 km² de floresta, queda de aproximadamente 5% em relação aos 9.216 km² do período anterior. O histórico recente do Deter tem início em 2015.

Mourão minimizou nesta terça os resultados da operação na redução do desmatamento. “O papel das Forças Armadas não é exercer a fiscalização. É garantir os meios logísticos e de segurança para que as nossas equipes das agências ambientais operem, né?”, disse.

As declarações foram dadas após Mourão comandar reunião do CNAL. Participaram do encontro os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Carlos França (Relações Exteriores). O ministro Joaquim Leite (Meio Ambiente) enviou um representante e Bolsonaro não este na reunião.

Mourão disse à imprensa que “não há dúvida” de que o mundo passa por mudanças climáticas. Ele afirmou que há esforço para amenizar o impacto de “aumento excessivo” da temperatura.
“Que consequentemente levará condições extremamente difíceis para que a vida da terra como a gente entende”, disse.
“Então isso aí não há o que discutir mais esse respeito”, afirmou ainda Mourão.

O avanço da desflorestação se converteu no principal problema para Bolsonaro na arena internacional, com EUA e países europeus pressionando o Brasil por maior comprometimento nessa área.
Mourão fará uma viagem com embaixadores à região da Amazônia Oriental em setembro. Ele disse que a ideia é mostrar tanto as áreas de mineração e de madeireiras regulares, além daquelas que “não estão ok”. “Eles vão ter condições de avaliar efetivamente olhando para o território o que acontece e o que deixa de acontecer”, disse.

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