Anvisa recomenda suspender vacina AstraZeneca em gestantes
Agência orienta que a indicação da bula desse imunizante seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nota técnica recomendando a suspensão imediata do uso da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz em mulheres grávidas. A orientação, emitida na segunda-feira (10/5), é de que a indicação da bula da vacina AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI).
A Anvisa ainda diz que o uso em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. “A bula atual da vacina contra Covid da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica”, afirma a agência.
No Brasil, cerca de um quarto das doses aplicadas até agora são da AstraZeneca. Gestantes e puérperas (que deram à luz há até 45 dias) foram incluídas em abril no grupo prioritário pelo Ministério da Saúde.
A vacina vinha sendo usada, em alguns estados, em gestantes com comorbidades. Agora, só podem ser aplicadas nas grávidas a Coronavac e a vacina da Pfizer.
O Ministério da Saúde investiga o caso de uma mulher grávida que desenvolveu trombose dias após ter recebido uma dose da AstraZeneca, no Rio de Janeiro. A pasta confirmou a morte da gestante. A nota da
Anvisa, no entanto, não cita o ocorrido como justificativa para a suspensão do uso da vacina.
Efeito raro
Na última sexta-feira (7/5), o comitê científico que fiscaliza a vacinação contra a Covid-19 no Reino Unido recomendou que o imunizante de Oxford/AstraZeneca seja aplicado somente em pessoas com mais de 40 anos.
A sugestão do grupo é baseada no registro de 242 casos e 49 mortes causados por coágulos pós-vacina – foram aplicadas 28 milhões de doses no país, tornando o evento muito raro.