Alunos que deram trote com 19 queimados podem ser expulsos; 4 foram presos
Eles confessaram que jogaram creolina durante um trote nos calouros. A participação de mais envolvidos não está descartada pela polícia
Os estudantes de medicina veterinária suspeitos de jogar produtos químicos e queimar o corpo de pelo menos 19 calouros, podem ser expulsos da instituição. Eles estudam no campis de Palotina da UFPR (Universidade Federal do Paraná, que fica a quase 600 km de Curitiba.
Quatro universitários estão presos. Eles confessaram que jogaram creolina durante um trote nos calouros. A participação de mais envolvidos não está descartada pela polícia.
O caso foi registrado na noite de quarta-feira (30/3), em um terreno baldio que fica em frente à universidade.
Ouvida pelo UOL, a diretora do Campus da UFPR em Palotina, Yara Moretto, diz que a previsão inicial da investigação é de 60 dias, mas espera que a decisão saia o mais rápido possível.
Na manhã desta sexta-feira (1º/4), as 19 vítimas passaram por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal da cidade. Os exames vão contribuir com as investigações.
Os suspeitos permanecem presos na delegacia da cidade até a decisão da Justiça.
“São duas moças e dois moços com idades 21 e 23 anos. Todos são do curso de veterinária. Eles foram indiciados por lesão corporal de natureza grave, já que uma das alunas chegou a ficar internada por um dia, e também constrangimento ilegal, sem sujeito a fiança. O inquérito já foi aberto e aguardamos a manifestação do juiz sobre o caso”, disse ao UOL o delegado responsável pelas investigações, Pedro Lucena.
“CASO ISOLADO”
A UFPR de Palotina afirma que desconhecia a organização do trote e que se trata de um caso isolado e infeliz.
“Já faz muito tempo que banimos o trote violento. Antes, isso era muito frequente por aqui. Incentivamos uma recepção organizada e festiva. Não temos nada a ver com organização desse trote infeliz. Estamos indignados”, finaliza a responsável pela universidade.
A partir da próxima semana, de acordo com a UFPR, todas as vítimas vão ser atendidas por dermatologistas do Campus de Toledo, que fica a 60 km de distância de Palotina. A instituição também está em contato com os familiares das vítimas, já que muitos estudantes são de fora da cidade.
Por Lorena Pelanda