Maioria em consulta pública é contra prescrição médica para vacinar criança
Cerca de 100 mil pessoas se manifestaram até o dia 2 de janeiro
A consulta pública realizada pelo Ministério da Saúde apontou que a maioria das pessoas foi contrária à prescrição médica no ato da vacina. Cerca de 100 mil pessoas se manifestaram até o dia 2 de janeiro.
A informação foi dada por Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, em audiência pública nesta terça-feira (4/01).
“Tivemos 99.309 pessoas que participaram neste curto intervalo de tempo em que o documento esteve para consulta pública, sendo que a maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade da prescrição médica no ato de vacinação”, disse Rosana.
A intenção da pasta é recomendar que crianças de 5 a 11 anos sejam vacinadas contra a Covid-19, desde que mediante a apresentação de prescrição médica e consentimento dos pais. O documento final será divulgado nesta quarta-feira (5/01).
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (3/01) que os pais terão vacina caso queiram vacinar os filhos. Reforçou ainda que haverá dose suficiente para isso.
“A audiência é para ampliar a discussão sobre essa questão da vacinação das crianças. No dia 5, sairá a decisão terminativa do Ministério da Saúde que não trará nenhuma novidade especial. Não vai ser muito diferente do que o ministério já colocou em consulta pública”, disse.
Em nota recente, a pasta afirmou ser favorável à vacinação desse público. Porém, havia ressaltado que a decisão dependia do desfecho da consulta pública que terminou neste domingo (2/01).
As doses pediátricas serão entregues por meio de contrato do governo para receber 100 milhões de vacinas da Pfizer em 2022, que pode ser ampliado a 150 milhões de unidades.
“No dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária deve iniciar ainda em janeiro”, diz o comunicado da Saúde.
Melo afirmou em nota técnica enviada ao STF que a vacina contra Covid-19 desenvolvida para crianças é segura, que o imunizante é uma ferramenta de proteção e que a vacinação vai atenuar interrupções de aulas na pandemia.
“Antes de recomendar a vacinação [contra a] Covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada”, afirmou a secretária em nota técnica concluída no último dia 19.
A posição de Melo, que integra a equipe de Queiroga, contraria questionamentos sobre a segurança da vacina feitos pelo ministro e principalmente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por Raquel Lopes e Mateus Vargas