Governo deve incorporar primeiro remédio contra Covid ao SUS
A Saúde ainda precisa publicar uma portaria
A Conitec, comissão ligada ao Ministério da Saúde, recomendou nesta quarta-feira (30) a incorporação ao SUS do barictinibe para pacientes adultos com Covid-19 hospitalizados.
Fabricado pelo laboratório Lilly, o anti-inflamatório usado principalmente no tratamento da artrite reumatoide deve ser o primeiro medicamento contra a Covid-19 ofertado na rede pública contra o novo coronavírus.
A Saúde ainda precisa publicar uma portaria confirmando a incorporação do produto.
O medicamento deve ser entregue a pacientes adultos, hospitalizados, “que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva”, segundo um extrato da decisão da Conitec.
O governo ainda não divulgou estimativa de quantos pacientes devem receber o produto e qual deve ser o preço para a compra do medicamento.
Hoje a primeira geração de medicamentos contra a Covid-19 é encontrada apenas na rede privada.
Em nota, a Conitec informou que o baricitinibe atua sobre o sistema imune e auxilia no processo de recuperação de quadros inflamatórios.
“Estudos observaram que o uso do baracitinibe mais terapia padrão (já adotada) contribuiu para uma redução significativa da mortalidade nos pacientes, quando comparado aos pacientes que receberam apenas a terapia padrão”, afirmou a comissão.
Apesar de não ter ainda incorporado nenhuma nova tecnologia contra a Covid ao SUS, o governo Jair Bolsonaro (PL) mobilizou a ala pró-cloroquina no Ministério da Saúde para boicotar a discussão sobre vetar o uso do “kit Covid” na rede pública.
O baricitinibe é registrado no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica. Em setembro de 2021, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a indicação contra a Covid-19.
Por Mateus Vargas